Polícia registra média de 21 “saidinhas de banco” por mês no Ceará

Foi por pouco. Não tivesse notado que dois homens o seguiam numa moto, o comerciário teria sido mais uma vítima de saidinha bancária em Fortaleza. Ele tinha sacado R$ 15 mil de um banco na avenida Pontes Vieira e, ao perceber que estava sendo seguido, acionou a Polícia. A dupla que estava na moto foi presa. “Sempre fico atento. A gente escuta muita notícia de assalto desse tipo”, comenta a vítima, que pede para não ser identificada.

É preciso mesmo ficar atento. De janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, foram registradas 299 saidinhas bancárias no Ceará. A média é de 21 ocorrências por mês.

Nos dois primeiros meses deste ano, foram 31 casos: 15 em janeiro e 16 em fevereiro. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que não disponibilizou os números referentes aos meses de março e abril de 2011.

Os assaltantes que praticam saidinha bancária costumam agir da mesma forma. E a logística é simples: bastam uma arma, uma moto e um telefone celular. Um “olheiro” fica dentro do banco observando se alguém realiza saques de valores altos. Ao identificar uma vítima, a pessoa liga para os integrantes da quadrilha que se encontram do lado de fora da agência bancária.

Geralmente, é uma dupla numa moto. Pelo celular, eles ficam sabendo que roupa a vítima está vestindo e o valor aproximado do saque. “Os assaltantes seguem a vítima e aproveitam um fator surpresa para fazer a abordagem. Pode ser o momento em que o sinal fecha ou quando se está chegando em casa ou na empresa”, informa o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Romério Almeida.

No caso mostrado no início da reportagem, a saidinha bancária só foi evitada porque a vítima conhecia a estratégia usada pelos assaltantes. O comerciário desconfiou quando viu um homem numa moto falando ao celular, próximo à saída do banco. Ao sair com o carro, notou que estava sendo seguido pelo motociclista. “Entrava numa rua só para ver se ele entrava também”, diz.

Quando chegou na avenida Aguanambi, o comerciário viu dois policiais do Raio (Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas) e resolveu arriscar. Desceu do carro e foi pedir ajuda. Os PMs conseguiram abordar os dois homens que estavam na moto. Um deles estava armado com revólver. A vítima tinha sacado R$ 15 mil porque era dia de pagamento na empresa onde trabalha. A tentativa de assalto foi no último dia 4.

“O ideal é que se faça outra tipo de transição bancária. Sacar dinheiro só em último caso. Porque você coloca a própria vida em risco”, lembra o delegado Romério Almeida. Segundo ele, a maioria dos casos de saidinha bancárias é em avenidas onde se concentram bancos, como a Bezerra de Menezes e a Santos Dumont.

Com tantos casos de saidinha bancária, é preciso ter cuidado. Sacar valores altos é muito arriscado. Em um dos casos registrados este ano, o assaltante chegou a atirar na perna da vítima para que ela entregasse logo o dinheiro.

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