(São Paulo) O banco podia, os trabalhadores mereciam, mas a direção da Nossa Caixa alega que não tem porque pagar o adicional à PLR, já que não houve crescimento do lucro. “Outros fatores, no entanto, não estão sendo levados em conta na hora de reconhecer a dedicação dos funcionários”, avalia a diretora do Sindicato de SP, Raquel Kacelnikas.
A chegada das contas dos funcionários do estado trouxe 800 mil novos clientes. Foram contratados cerca de 2.500 bancários. “Os que entram, recebem salários menores, ou seja, significam economia para o banco”, diz Raquel. Os dados confirmam: apesar das contratações, as despesas com pessoal cresceram somente 9,3% entre 2005 e 2006. Enquanto isso, a receita de prestação de serviços subiu 38% no mesmo período. A emissão de cartões de crédito aumentou 68,2% e os planos de previdência, 88,1%. “Ou seja, trabalho dos bancários para receber as novas contas com qualidade”, atesta a dirigente.
Outros dados apontam que a Nossa Caixa poderia pagar seus funcionários. Subiram 228,4% as despesas com contingência para ações cíveis que questionam diferenças de remuneração referentes aos planos econômicos. Além disso, em 2005, uma operação extraordinária inflou o resultado bruto da intermediação financeira. “Esses e outros efeitos contábeis alteraram em 2006 a avaliação que teria sido positiva. O banco deveria pagar o adicional. É por isso que estamos brigando”, completa Raquel.
Fonte: Cláudia Motta – Seeb SP