Brasil 247
A fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, em 2008, comemorada com aperto de mão, abraços e sorrisos entre os acionistas Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles agora lança sobre eles uma dor de cabeça de nada menos que R$ 18,7 bilhões. Este é o valor que a Receita Federal acredita ter deixado de receber quanto ao recolhimento correto de impostos sobre o negócio, acrescido de multas e juros.
Uma intimação da Receita com a cobrança da multa aterrisou sobre as mesas de Setúbal e Moreira Salles na quinta-feira 30. Nesta segunda-feira 3, o próprio banco resolveu divulgar ao mercado o recebimento da intimação.
Em agosto de 2013, a Receita informou que estava autuando o Itaú Unibanco em R$ 11,845 bilhões em Imposto de Renda (IR) não recolhido e mais R$ 6,867 bilhões em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), acrescidos de multa e juros.
Ao admitir ao mercado o tamanho do problema, o Itaú Unibanco distribuiu a seguinte nota, também enviada à Comissão de Valores Mobiliários:
“A companhia ressalta, novamente, que as operações realizadas em 2008 foram legítimas, aprovadas pelos órgãos da administração das empresas envolvidas e seus respectivos acionistas, e posteriormente sancionadas pelas autoridades competentes, no estrito cumprimento dos requisitos normativos, e que continuará tomando todas as medidas necessárias à defesa de seus interesses e de seus acionistas”.
Para o Leão do Fisco, é claro, as alegações do Itaú Unibanco não são justificadas – e o apetite é mesmo pelo recolhimento dos R$ 18 bilhões. Com um rugido desses nos ouvidos, não deve estar sendo fácil para Setúbal e Moreira Salles dormirem tranquilos nos últimos dias.