Mais uma vez a violência no local de trabalho é motivo de protesto promovido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo. A quinta-feira 19 começou com ato na agência Tatuapé do Santander, zona leste de São Paulo. Os dirigentes sindicais foram até lá após denúncias de assédio moral no local de trabalho.
E o motivo é o mais comum na categoria bancária, a pressão abusiva por metas. “Os funcionários estavam sendo tratados de forma desrespeitosa, com muita pressão e estavam recebendo ameaças da gestão. Fomos até lá protestar, pois é direito de todo o trabalhador e do Sindicato organizar ações contra essa violência. Precisamos combater de fato esse mal”, disse o diretor do Sindicato e funcionário do Santander Marcelo Gonçalves.
O dirigente faz um alerta para que os bancários denunciem casos de falta de respeito, pressão por metas, danos ou assédio moral no local de trabalho. “Os trabalhadores estão amparados pelo Sindicato e têm mantido o sigilo. É necessário que a denúncia seja feita quando o funcionário passar por uma situação dessa ou ao ver qualquer colega de trabalho em situações constrangedoras”, concluiu.
O Sindicato já solicitou que o caso seja apurado pelo banco e que providências sejam tomadas. Outras denúncias ainda mais sérias estão sendo investigadas pelos dirigentes sindicais.
Contra o assédio
Nesta semana, especialistas se reuniram em um debate com dirigentes bancários, na sede da Contraf-CUT, para discutir as violências organizacionais dentro das instituições financeiras. O doutor em Psicologia Social e professor da FGV Roberto Heloani alertou os participantes do debate de que “o assédio moral é composto por vários danos morais recorrentes”.
Conforme Heloani, “o código penal é bem rico para abranger a violência organizacional”, que pode ser qualquer caso de dano à honra do trabalhador, como injúria, calúnia ou difamação.