Bancários cobram melhores condições de trabalho no callcenter do Santander

Os representantes dos trabalhadores e do Santander voltaram a se reunir para discutir especificamente os problemas do callcenter. Durante a negociação, realizada nesta terça 5, foram debatidas a internalização dos terceirizados do callcenter, os problemas da integração tecnológica entre os bancos Real e Santander, exame periódico, o trabalho nos feriados e a sala de descontração.

Internalização

As entidades sindicais reivindicaram que todo o serviço de callcenter fosse internalizado, acabando com a diferenciação de haver bancários do ex-Real e terceirizados no Santander. Os sindicalistas reafirmaram que são contrários à terceirização que precariza a mão-de-obra e que todos têm de pertencer à categoria bancária com os mesmos direitos e conquistas.

O banco afirmou que, a princípio, manterá tudo como está, mas, no entanto, adiantou que irá aguardar os resultados da mesa temática de terceirização que acontece entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com a Fenaban para tomar uma decisão sobre o assunto.

Os representantes dos trabalhadores reafirmaram que não há justificativa para manter essas situações tão distintas entre funcionários (bancários e terceirizados) que executam as mesmas tarefas e que são eminentemente bancárias.

Integração tecnológica

Os dirigentes sindicais apresentaram denúncias de bancários que estavam sendo pressionados para fazer hora extra. Com ameaça de demissão para quem se recusava a fazê-la e com “premiação” para quem fazia.

Os representantes dos trabalhadores reivindicaram o fim da hora extra obrigatória, bem como o pagamento de todas as extras praticadas. A direção do banco disse que também não concorda com essa prática.

Diante da afirmativa do banco, os dirigentes sindicais cobraram que a empresa fizesse um comunicado formal orientando os gestores. A empresa disse que irá analisar a reivindicação.

Outra demanda apresentada foi a retomada da ginástica laboral, suspensa durante a integração. O Santander afirmou que a prática retornou nesta semana e não ocorrerá apenas nos cinco dias de pico, como acontecia anteriormente.

Já as escalas de folga, que haviam sido interrompidas, também voltam a ser retomadas a partir desta semana, respeitando-se o que já era praticado anteriormente.

Os dirigentes sindicais também reivindicaram que os trabalhadores do receptivo também recebam remuneração variável pela venda de produtos como acontece atualmente com os funcionários do ativo. O banco disse que irá analisar a proposta junto à direção do callcenter.

Os sindicalistas cobraram que os multiplicadores do banco fossem promovidos da mesma forma como ocorreu com os da terceirizada. Havia uma promessa de promoção assim que a integração fosse concluída. O banco afirmou que a promessa era apenas da terceirizada e que, em relação ao Santander, não houve tal promessa.

Exame periódico

Os bancários exigiram a manutenção da audiometria como determina norma regulamentadora NR-17 durante os exames periódicos. Atualmente, esses exames ocorrem apenas na admissão.

O banco irá avaliar a reivindicação, afirmando que um médico do trabalho está fazendo levantamento em relação aos problemas do callcenter.

Trabalho no feriado

As entidades sindicais também cobraram resposta do Santander em relação às folgas referentes, que devem ocorrer após trabalho em feriado e sobre as folgas acumuladas durante o ano de 2010. Para essas questões, ficou definido que as folgas referentes serão gozadas em até 90 dias, após o feriado, preferencialmente na segunda quinzena do mês (dias de vale).

Os sindicalistas, no entanto, insistiram que fosse negociada uma regra que permita aos empregados marcarem suas folgas de acordo com suas necessidades. E, no caso de descumprimento do prazo de 90 dias por parte do banco, que haja uma multa equivalente a 2,5 dias do salário do funcionário. A empresa disse que irá analisar e se posicionar nas próximas negociações.

No que se refere às folgas acumuladas, a empresa disse que não há mais pendências

Sala de descontração

Os trabalhadores voltaram a cobrar a sala de descontração no SP2 e o banco afirmou que dará uma resposta em até 60 dias. A empresa também ficou de averiguar as condições da sala de descontração da Braúlio Gomes

Quadro de avisos

As entidades sindicais voltaram a cobrar que haja quadro de avisos nas dependências do callcenter para fixar os comunicados da entidade aos trabalhadores, como está assegurado na Convenção Coletiva de Trabalho. O banco afirmou que já foram instalados quadros nas entradas dos prédios e que não há impedimento para que os dirigentes sindicais os utilizem.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani, a reunião foi produtiva pois foram superadas várias questões “No entanto, ainda há muitos pontos a serem resolvidas e isso só acontecerá a partir de negociações”, afirma.

Participaram também da negociação os diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Karina Carla, Rita Berlofa, Marcelo Gonçalves e Vera Marchioni. Pela Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Feeb-RJ/ES), esteve presente o dirigente sindical Paulo Garcez, e a dirigente Fátima Guimarães, representando o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

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