(São Paulo) Um dia depois de o consórcio de bancos interessado na compra do ABN/Amro ter aumentado a sua oferta para arrematar o grupo holandês, a Contraf-CUT e o representante sindical, Jorge Diego González Aguilera, do Paraguai, reuniram-se nesta terça-feira, dia 17, com a diretoria da empresa no Brasil para discutir a proteção social do emprego, ameaçado no processo de aquisição.
“Destacamos para a diretoria do banco que o importante neste momento de indefinição é a proteção social do emprego, independente de quem venha a comprar o banco”, afirma Deise Recoaro, diretora da Contraf-CUT e funcionária do ABN.
Os representantes dos bancários no Brasil, Paraguai e Uruguai, reunidos na manhã de 16, segunda-feira, avaliaram que não se trata de manifestar preferência por um ou outro comprador do banco, já que, historicamente, qualquer processo de fusão ou aquisição no sistema financeiro tem sido prejudicial para o bancário. “Trata-se, sim, de fazer um debate objetivo com os trabalhadores de que só a mobilização e a nossa organização nacional e internacional poderão trazer resultados positivos ou menos danosos para o funcionalismo”, destaca Deise.
A diretora de Recursos Humanos do banco, Mônica Cardoso, se comprometeu a entregar uma carta produzida pela Contraf-CUT, solicitando a proteção ao emprego, para a alta direção do ABN na Holanda.
Reunião com os europeus
Antes da reunião entre a Contraf, o representante do Paraguai e a direção do ABN, representantes do Comitê Europeu dos Funcionários do ABN Amro também se encontraram com o banco. A Contraf-CUT havia solicitado uma representação dos países da América do Sul, para participar da reunião. Entretanto, não houve espaço para que o representante do Paraguai pudesse participar.
“Em solidariedade aos colegas do país vizinho, a Contraf-CUT preferiu não participar da reunião com os europeus e aguardamos para discutir com o banco na seqüência. O Paraguai é a segunda maior base do ABN na América Latina, depois do Brasil. A demanda do funcionalismo é grande e não poderíamos deixá-los de fora”, diz Deise.
Reunião com os bancos
Na semana que vem, dia 26, a Contraf-CUT participa na Escócia de uma reunião com representantes do consórcio interessado no ABN, formado pelos bancos Santander, RBS e Fortis. A reunião foi solicitada pela UNI, central sindical mundial, e o Brasil é o único país da América que participa do encontro. Estarão presentes bancários do Reino Unido, Holanda, Itália, Espanha, Bélgica e Brasil representados por David Fleming (UNI-Europa Finance Vice-President, Amicus/UK), Rob MacGregor (Amicus/UK), Fred Polhout (FNV/Netherlands), Angelo DiCristo (FABI/Italy), Ana Herranz (COMFI-CC.OO/Spain), Deise Recoaro (CONTRAF-CUT/Brasil), Luc Broos (LBC-NVK/Belgium) e Oliver Roethig (UNI Finance).
“É a oportunidade de discutir a continuidade de nossa luta em defesa dos empregos no ABN no mundo e no Brasil”, analisa Marcelo Gonçalves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do ABN.
Nesta segunda-feira, a Contraf reuniu-se com representantes dos bancários do Paraguai e Uruguai. O objetivo é que a Confederação fale em nome dos trabalhadores da América do Sul na reunião da Escócia.
Fonte: Contraf-CUT