A Caixa Econômica Federal anunciou na semana passada um plano agressivo de expansão. A empresa pediu autorização do Banco Central para constituir um banco de investimento e divulgou que, até o fim de 2013, abrirá 500 novas agências e mais mil casas lotéricas, com o propósito de chegar a todos os 5.563 municípios do país.
Essa informação, veiculada pela grande imprensa, dava conta de que a Caixa pretende contratar 12 mil empregados até o próximo ano, sendo que desse contingente, segundo a empresa, já foram chamados 3.500 em 2012.
As projeções anunciadas pela Caixa têm um claro propósito: ampliar a carteira comercial, para que se torne o terceiro maior banco do país em 10 anos. Para isso, em uma sociedade da CaixaPar com a Funcef e a IBM, foi criada uma empresa para desenvolver a nova plataforma digital para o crédito imobiliário. Também foram adquiridos 24% da CPM Braxis, empresa do grupo francês Capgemini, segunda maior companhia de tecnologia da informação do mundo.
“A proposta da Caixa de expandir sua rede de atendimento e ampliar sua participação no mercado é positiva, pois o aumento dos negócios irá refletir nos resultados financeiros da empresa, dando sustentação ao atendimento social, sua razão de existir. Porém é necessário que esse crescimento seja acompanhado de uma melhor estruturação, contratação de mais empregados e a eliminação de correspondentes bancários”, afirma Plínio Pavão, diretor executivo da Contraf-CUT.
A mesma avaliação é compartilhada pela Fenae, que considera insuficiente o número de contratações previstas pela Caixa para fazer frente ao aumento das demandas. Embora aponte igualmente positiva a adoção de uma política de crescimento da Caixa, a Fenae diz que a medida precisa estar casada com uma política de maior valorização dos empregados, para a efetiva melhoria das condições de trabalho nas agências e postos de atendimento.
Desta forma, para suprir a carência de pessoal, a Contraf-CUT e a Fenae defendem que o ritmo de contratações acompanhe as reais necessidades da empresa. Antes de qualquer coisa, segundo as entidades, é essencial resolver a situação de sobrecarga de trabalho nas unidades, para que diminua o risco de adoecimento dos trabalhadores. A reivindicação é de que, até o fim deste ano, a Caixa tenha pelo menos 100 mil empregados.