(São Paulo) Na madrugada do dia 5 de janeiro, policiais do 77º DP foram à sede da Fidelity – empresa terceirizada que realiza serviços bancários para o banco Real ABN, na Barra Funda, com uma lista com nomes de funcionários que deveriam prestar depoimento sobre fraudes em operações bancárias. De acordo com os funcionários, os policiais não se identificaram e não apresentaram nenhuma intimação formal.
Ainda segundo relato dos trabalhadores, eles foram obrigados a deixar o local de trabalho em pleno expediente (ainda de madrugada) e se dirigir à delegacia, sem nenhuma informação e respaldo da empresa. Na delegacia foram algemados e detidos por 14 horas, sendo obrigados a permanecer, em parte do tempo, em um banheiro desativado sem poder se comunicar com ninguém, além de serem obrigados a ficar nus para revista. Procurada pelo Sindicato, a Fidelity não se manifestou sobre o assunto.
"O Sindicato deixa claro que defende toda investigação sobre fraude. O que não aceitamos é que o banco contrate empresas que exponham trabalhadores a situações humilhantes e que não prima pelas condições de trabalho de seus funcionários", afirma a diretora do Sindicato Ana Tércia Sanches.
Há tempos o Sindicato denúncia a falta de pessoal nos postos de serviços. Existem denúncias que as empresas terceirizadas buscam nas agências de emprego pessoas sem treinamento e qualificação para realizar trabalhos bancários. Esses trabalhadores ‘quarterizados’ sequer possuem registro em carteira profissional.
A situação à qual os trabalhadores terceirizados estão expostos já está na mira da Justiça. "Já sabemos que essa relação entre empresas terceirizadas e bancos é uma forma fraudulenta de negar direitos a trabalhadores que exercem a função de bancários, além de expor clientes a fraudes constantes", afirma Ana.
Fonte: Carlos Fernandes – Seeb SP