(São Paulo) Estes últimos dois dias foram marcados por fortes mobilizações de trabalhadores nas principais cidades do país. A motivação de várias ações concomitantes é a resposta do empregado diante do impasse nas negociações. Os diretores dos sindicatos contaram com a presença de um número representativo de bancários em assembléias e paralisações e destacaram o interesse quase unânime da categoria em reagir à lenta movimentação da Fenaban em negociar as propostas da Campanha Nacional, deste ano.
"Ontem, cerca de dois mil bancários participaram de assembléia e decidiram, quase que por unanimidade, que o protesto no Centro Velho se estenderia pelo dia todo", afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Em São Paulo, foram 28 locais de trabalho parados, incluindo agências e prédios administrativos, representando aproximadamente 90% das unidades da região, o equivalente a mais de oito mil bancários. "A paralisação destes locais demonstrou a insatisfação e a motivação destes trabalhadores de participar da greve nacional do dia 26", comenta Marcolino.
Em Brasília, as agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica e BRB dos prédios sede ficaram fechadas até às 12h. Segundo o presidente do Seeb, Jacy Afonso, há muita indignação entres os bancários da região na cultura da Fenaban de não apresentar propostas. A assembléia geral de lá ficou marcada para hoje, quando discutirão as possíveis paralisações, dentro das orientações do Comando Nacional.
Em BH, também houve paralisações até as 12h num corredor com 10 agências, incluindo HSBC, Itaú, BMB, Real, Unibanco, Bradesco e Caixa. Cerca de 500 funcionários participaram. Ao final das paralisações dos bancos foi realizada uma manifestação em frente às financeiras Panamericano, GE, Finasa, BMG, Losango, onde os terceirizados do setor pediram por igualdade de direitos. Para o presidente do Sindicato, Clotário Cardoso, está crescendo a mobilização entre os bancários, principalmente nos bancos privados. "Temos a perspectiva de grande adesão na greve de 24h, no dia 26".
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, nos dias de ontem e hoje aconteceram atos com os bancários. Nesta quarta, 40 agências e mais dois prédios do Banco do Brasil e do Bradesco paralisaram suas atividades até o meio-dia, com a participação de 2000 funcionários. E nesta quinta, são cinco grandes prédios (Real, Itaú, Bradesco, HSBC e Unibanco) sem atividades até cerca de 13h, com a mobilização de 3000 bancários. "Este número só demonstra que a categoria está disposta a exigir uma proposta digna", conclui o presidente do Sindicato, Vinicius de Assumpção Silva.
Já em Curitiba, as agências do Unibanco, HSBC, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, na região central, fecharam ontem até o meio-dia. Hoje, mais de 1500 funcionários da Caixa e do Banco do Brasil mantiveram as portas fechadas, novamente, até o meio-dia. O presidente do Sindicato, José Paulo Staub, verificou que a mobilização está crescendo: "o pessoal está mais consciente da situação. Há uma aceitação maior da base na greve de 24h, no dia 26. Para eles, está ação é coerente frente às dificuldades de se chegar a um acordo com a Fenaban".
Fonte: Contraf-CUT
