O consumidor que atrasa o pagamento da fatura do cartão de crédito paga os mesmos juros há dois anos e três meses, apesar de a taxa básica (Selic) e de outras modalidades de juros terem caído neste período.
Segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a taxa média de juros cobrada do consumidor em maio foi de 6,18% ao mês. É a menor taxa registrada desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1995.
Apesar da queda média, os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito não tiveram redução. O rotativo é o limite usado quando o consumidor deixa de pagar a fatura integralmente ou em parte.
Desde fevereiro de 2010, a taxa cobrada no rotativo do cartão de crédito é de 10,69% mensais, o que representa 238,30% anuais, segundo os dados da Anefac.
Nem as constantes quedas da Selic (taxa básica de juros) nem as reduções promovidas pelos bancos públicos e privados nas últimas semanas resultaram, ainda, no corte dos juros do crédito rotativo.
Taxa cobrada no Brasil é quase cinco vezes maior que a da Argentina
Um estudo divulgado no começo do ano pela associação de consumidores Proteste mostrou que, entre sete países pesquisados, o Brasil apresentava os juros do cartão mais altos. A taxa cobrada no país é maior do que a de Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México.
A taxa cobrada no Brasil é quase cinco vezes maior do que a da Argentina, que aparece em segundo lugar nesse ranking. Lá, os juros chegam a 50% ao ano.