Marcha das Margaridas cobra na Câmara Federal o fim do trabalho escravo

Dezenas de mulheres com chapéus floridos e cruzes nas mãos lotaram um dos corredores da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16) no início da chamada Marcha das Margaridas, em Brasília.

O movimento das trabalhadoras rurais reivindicou a aprovação de propostas como a PEC 438/01, que prevê medidas de combate ao trabalho escravo, e a PEC 30/07, que estabelece a concessão obrigatória de licença-maternidade de 180 dias a todas as operárias. Os dois textos precisam ser votados pelo Plenário da Casa.

A Marcha das Margaridas está na sua quarta edição e tem esse nome em alusão ao assassinato, em 1983, de Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB). A expectativa é que nesta quarta-feira (17) 100 mil mulheres participem do protesto organizado pelo grupo na Esplanada dos Ministérios.

A secretária das Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmen Foro, ressaltou que é grande a ansiedade para o encontro com a presidente Dilma Rousseff também nesta quarta-feira.

A manifestante destacou que os problemas enfrentados pelas trabalhadoras rurais são cada vez mais maiores. “Havia em torno de 7% de mulheres nas listas de ameaçados para morrer na luta pela terra e, de 2001 para cá, isso aumentou significativamente. Hoje, as mulheres representam mais de 20% dessas listas. Nossa marcha aumenta a cada dia, porque infelizmente o meio rural e os recursos naturais estão na mira dos poderosos e dos capitalistas deste País”, disse.

Carmen Foro explicou ainda que a marcha deste ano especificamente tem como tema maior a questão do desenvolvimento sustentável no campo.

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