Bancários no Rio Grande do Sul associam banqueiros a vampiros

(Porto Alegre) Já está nas ruas da Capital e em diversas regiões do Estado campanha dos bancários que associa os banqueiros a vampiros e cobra menos filas, contratação de mais funcionários, queda de juros e de tarifas e mais segurança. A ação integra a frente da campanha salarial de 2007 da categoria, que inclui itens que beneficiam os clientes do serviço. Na noite desta quinta-feira, dia 13, está prevista assembléia geral dos bancários, a partir das 19h, na Casa dos Bancários, que avaliará o andamento das negociações deflagradas em agosto com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

O slogan principal da campanha é “Banqueiro, chega de suga a gente”. “Os bancos lucram bilhões de reais (somente no primeiro semestre as maiores instituições no país somaram mais de R$ 15 bilhões em lucros), enquanto os usuários são submetidos a filas, juros e tarifas (que só oneram o bolso) e a assaltos que provocam mortes e medo”, justifica o presidente do Sindicato dos Bancários, Juberlei Baes Bacelo. Estudo apontou recentemente que os gastos da classe média com tarifas cresceram 300% em 12 anos. Pesquisa da Bolsa de Valores de São Paulo comprovou que os ganhos dos bancos superam o das empresas do ramo petrolífero.

A campanha visual está em 40 outdoors espalhados por Porto Alegre e Região Metropolitana e outros 60 pelo Interior. A ação une Sindicado dos Bancários e Federação dos Bancários (FEEB-RS), que reúne 38 sindicatos em todo o RS. Na primeira fase da ação de mídia, apareceu apenas o vampiro e a chamada “Eles te sugam”. “Muita gente pensou que fosse teaser de um novo filme. A intenção era provocar interesse. Acho que conseguimos”, destaca Bacelo.

A mensagem também desfila em ônibus coletivos de diversas linhas de Porto Alegre, utilizando o bussdoor. As mensagens denunciam a insegurança, causada por baixos investimentos em medidas que protegeriam usuários e bancários. O Sindicato dos Bancários tem denunciado que os bancos desrespeitam leis que obrigam instalação de portas giratórias nos acessos às agências e não depois das salas de auto-atendimento. Também as fachadas são vulneráveis.

“As quadrinhas entram no banco destruindo vidros, com uso de extintores e marretas. A lei da fila tem sido exemplo de como os bancos tratam com descaso seus clientes e usuário”, acrescenta Bacelo. Blitze da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic) da Capital tem multado mais de duas dezenas de unidades por tempo de espera superior ao permitido.

O presidente do Sindicato dos Bancários ressalta que os bancos podem sim reduzir juros e tarifas. “Podem ampliar o crédito e movimentar a economia”, sugere. A redução das filas seria possível com uma medida simples: contratar mais funcionários. Estudo do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) no RS mostra que entre 1994 e 2005 houve redução de 33,12% nos trabalhadores do setor no Estado. “Enquanto isso, somente com o dinheiro das tarifas as instituições cobrem com folga a folha de salários”, critica Bacelo.

Fonte: Seeb PoA

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