Agora é greve, e começou com muita força. No primeiro dia do movimento em São Paulo, Osasco e região, foram paralisados 600 locais de trabalho, sendo 582 agências e 18 concentrações. A adesão chegou a cerca de 38 mil trabalhadores. Em todo o Brasil, 6.251 agências e 35 centros administrativos fecharam.
E a culpa é só dos banqueiros, que lucraram R$ 36,3 bilhões só no primeiro semestre, mas propuseram para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho apenas 5,5% de reajuste para salários, PLR, vales e auxílios, que nem chega perto de cobrir a inflação de 9,88% no período (INPC). Pelo contrário, representa perda de 4%. Também não há retorno para outras reivindicações como a manutenção dos empregos e melhoria das condições de trabalho.
Para deixar claro que Exploração não tem Perdão, tema da Campanha Nacional Unificada 2015, trabalhadores paralisaram suas atividades no GPSA do Itaú, na Lins de Vasconcelos; Casa I e III do Santander; e Bradesco Nova Central.
Também aderiram o Bradesco Prime na Avenida Paulista; Núcleo Alphaville do Bradesco; Centro Administrativo Raposo e Centro Tecnológico Operacional, ambos do Itaú; e também os prédios das ruas Fábia e Teodoro Sampaio, historicamente usados pelo mesmo Itaú para tentativa de contingenciamento, e CPSA da Rua Jundiaí, usados para o mesmo fim. Também complexos das instituições federais, como São João e Verbo Divino, do BB, Cepti de Osasco e Ciopi Brás, da Caixa.
Agências na região central, Avenida Brigadeiro Faria Lima e Avenida Paulista e adjacências foram outros locais que pararam. O autoatendimento ficou disponível para uso a população. O movimento deve crescer para outras regiões ao longo dos dias.
A greve é por tempo indeterminado com o objetivo de arrancar uma proposta digna dos bancos.
A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários – que negocia com a federação dos bancos -, estava nas ruas do centro de São Paulo, logo pela manhã. “Esta é a pior proposta dos últimos anos vinda de um setor que está lucrando tanto”, critica a dirigente. “Enquanto são tão gananciosos com os bancários, são extremamente generosos com os executivos dos bancos, para os quais há bancos que preveem aumento de até 81% nos supersalários de seus diretores. Ou seja, os bancários têm mais é que fazer greve mesmo e muito forte como resposta a esse desrespeito.”
Contingenciamento, não! – Ao invés de se negociar para apresentar proposta decente aos bancários, mais uma vez os bancos estão se organizando para desrespeitar o direito de greve dos trabalhadores. Santander, Itaú e Banco do Brasil já estão colocando em prática os contingenciamentos, contrários à lei e até à Constituição Federal. Evidenciado pela transferência de departamentos inteiros ou agências para outros prédios, também é caracterizado por obrigar o funcionário a começar a jornada ainda de madrugada ou a trabalhar de casa.
A greve é um direito previsto na Constituição Federal e na lei que regulamenta o tema (7.783/89). Os bancários que sofrerem abusos como os descritos acima devem denunciar ao Sindicato pelo 3188-5200, pelo fale conosco (clique aqui e escolha o setor “site”) ou via SAC do Sindicato no WhatApp pelo (11) 99642-7196 e o sigilo do denunciante é total.
Organização – A próxima assembleia da categoria será na terça-feira 13, às 17h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé).
Durante o movimento, o Comando de Greve reúne-se diariamente às 17h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). Quando houver assembleia, a reunião será às 16h. O Comando de Greve é integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil. Outros bancários também podem participar.
Na segunda 5, em assembleia organizativa na Quadra, foi aprovado procurar os petroleiros para organizar um ato em conjunto na quinta-feira 8.