O Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista esteve, nesta segunda-feira (7), na agência do Mercantil do Brasil da cidade para fiscalizar as denúncias sobre o mau atendimento do banco que se agrava a cada mês.
Em 2009, o banco Mercantil do Brasil venceu a acirrada disputa da licitação para escolha dos bancos que fariam o pagamento dos novos benefícios da Previdência Social a partir de 2010. O Mercantil do Brasil ficou com o Lote 8, que abrange o ABC Paulista e outras cidades mais próximas à capital.
Desde então, a situação se repete nos primeiros cinco dias úteis do mês. São enormes filas e horas de espera para ser atendido.
O Mercantil é um banco com rede restrita de agências na região da Grande São Paulo. A agência do BMB de Bragança é a única num raio de 65km, atendendo toda demanda de pagamentos do INSS na região Bragantina e Sul de Minas Gerais. A unidade mais próxima a Bragança era Jundiaí. Em território mineiro, Pouso Alegre, a 125 km de distância.
"Desumano. É o máximo do poder do grande em cima dos pequenos", afirmou a presidente do Conselho do Idoso de Bragança Paulista, Albertina Luiza Daltirni Felice, sobre mais um dia de longa e demorada fila na agência do Mercantil do Brasil de Bragança Paulista.
"Estou afastada há nove meses, por problemas na coluna. E todo mês é isso. No mês passado, saí daqui era mais de uma e meia. E não adianta chegar mais cedo, porque nunca tem dinheiro, nos caixas eletrônicos. Eles dizem que é porque os carros-fortes só chegam às 10h. Hoje só chegou às 10h30. A gente não reclama dos funcionários, porque eles estão de mãos atadas. Mas, se o Mercantil é que paga os benefícios e não tem estrutura, que abra mão de prestar o serviço", diz a cliente Sonia Regina Leme.
Três filas – Após a abertura da agência, às 11h, um "funcionário com jaleco onde está escrito POSSO AJUDAR? " passou a direcionar quem deveria ficar numa das três filas. Quando o salão de atendimento fica lotado, o funcionário fecha a porta. Fica todo mundo confinado no espaço reservado aos caixas-eletrônicos. Quem não consegue entrar fica do lado de fora.
"São três filas, uma para quem quer ser atendido nos caixas lá dentro, outra para quem não sabe usar o caixa eletrônico e outra para quem não precisa de ajuda", explica Ricardo de Leme Felix, que estava na fila na hora da abertura da agência, às 11h.
Mas quem pensa que o problema é enfrentado apenas por beneficiários da previdência engana-se. "E não pensa que isso é só para aposentados, não. Eu sou correntistas do banco. Já liguei no SAC, mas parece que não está surtindo efeito, você não acha?", continua Ricardo.
Por volta das 12h, diretores do Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista e Região visitaram a agência. A fila ainda avançava pela calçada, chegando até uma farmácia de manipulação na esquina. Foi informado que o ar condicionado já estava funcionando, mas estava difícil de respirar no autoatendimento, como era de esperar, tamanha a quantidade de pessoas amontoadas".
"Eles dizem que a demora é por causa das pessoas que não sabem usar o caixa eletrônico e que hoje foi anormal, porque faltou energia na Praça Raul Leme. Mas não é. A gente vê que todo mês tem essa fila e o banco fica jogando a culpa em quem não sabe usar o terminal de autoatendimento. Se ganhou o leilão do INSS, tem que ter estrutura", diz a presidente do Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista e Região, Isabel Rosa dos Santos Machado.
Enquanto os diretores do Sindicato conversavam com um gerente da agência, Ricardo de Leme Félix, que sabe operar o terminal de autoatendimento, finalmente concluiu sua operação. Eram 12h36min.