Bancários paralisam agências no Rio contra demissões no Santander

O Santander reservou um Natal amargo e um Ano Novo de incertezas para seus funcionários. As entidades sindicais estimam em cinco mil o número de dispensas até esta sexta-feira (7). No fim de novembro, os cortes foram intensificados, com 40 desligamentos na Torre Santander, em São Paulo.

Na terça-feira, já eram mil demissões, que atingiram principalmente gerentes de agências, funcionários com altos salários e os com mais tempo de casa. Também foram mandados embora bancários com estabilidade pré-aposentadoria e pessoas com deficiência.

Contraditoriamente, o enxugamento iniciou com demissões pontuais deflagradas ao mesmo tempo em que o banco propagandeava um processo de expansão das agências.

“Em vez de desligar, deveria contratar mais bancários, mesmo porque a saúde financeira do banco é boa, tendo inclusive renovado contrato de R$ 500 milhões para administrar contas de servidores da prefeitura do Rio, sem contar a expansão da rede de agências”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Fátima Guimarães.

O banco mantém uma rotina de reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, montado para resolver questões relativas ao funcionalismo. Na última reunião, realizada no dia 22 de novembro, os representantes dos trabalhadores reivindicaram mais contratações.

“Não há motivo para essas demissões, pois o banco lucrou R$5,694 bilhões no país, em três trimestres deste ano. É inadmissível que haja dispensas no Brasil, para aumentar as remessas de divisas à Espanha, em crise econômica. O banco já envia 26% de seus resultados para a matriz, e o preço que cobra dos trabalhadores brasileiros é muito alto”, protestou a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso.

Paralisações

Com o objetivo de reintegrar os demitidos, a Contraf-CUT encabeçou um movimento de paralisações em todo o país, a partir de terça-feira (4), em prédios administrativos de São Paulo, Rio e Salvador. Na quarta-feira (5), o movimento se ampliou, atingindo também as agências. No Rio de Janeiro, os protestos atingiram 10 unidades nas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas.

A recomendação das entidades sindicais é que os demitidos não assinem qualquer documento. “O mais sensato nesse momento é procurar o Departamento Jurídico do Sindicato para receber orientação sobre seus direitos e participar das atividades”, disse o diretor do Sindicato, Marco Antonio Vicente.

Morbidez

Numa cartada de extremo mau gosto, o banco programou três festas de fim de ano no Rio. “É um absurdo. O banco joga pais e mães de família no olho da rua e ainda chama aqueles que ainda podem ser demitidos para festas na Marina da Glória, Copacabana e call center. É hora de os bancários do Santander demonstrarem companheirismo e solidariedade, recusando-se a participar dessa demonstração de morbidez da diretoria do banco”, disse o dirigente sindical Arnaldo Malaquias.

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