CUT protesta no Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher

A CUT e a Marcha Mundial das Mulheres foram às ruas nesta sexta-feira, dia 25, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A manifestação na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, distribuiu camisinhas e uma cartilha sobre a Lei Maria da Penha.

Sancionada em 2007, pelo então presidente Lula, a lei protege as mulheres contra a violência doméstica e familiar. “A sociedade tem de conhecer a Lei Maria da Penha, principalmente as mulheres”, disse a secretária de Mulheres do PT municipal, Vera Machado.

Vera, que também integra a Marcha Mundial de Mulheres, criticou a falta de política do governo de São Paulo para lidar com o problema. “É lamentável que o estado mais rico do país, que a maior cidade do país, tenha apenas uma delegacia da mulher funcionando 24 horas. Temos de pressionar o governo para que de fato implemente o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.”

O Plano foi lançado em 2005 pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e contou com a adesão dos estados brasileiros, inclusive São Paulo. “O problema é que o governo não implementa as ações do plano. A falta de delegacias voltadas para atender mulheres vítimas de violência é um exemplo”, criticou Vera.

O ato contou com esquetes teatrais do Centro de Informação da Mulher – CIM, que mostravam diversas situações de violência, não só a física mas também sexual e moral. Depois disso, as mulheres saíram em passeata pelas ruas do centro.

Dados

Entre 1998 a 2008, 42 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, o que significa 10 mulheres mortas por dia, e 40% delas foram mortas em casa.

O índice de assassinatos femininos no país fica acima da média mundial, que é de 0,5 caso por 100 mil habitantes. No Brasil, essa proporção é de 4,2 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes, segundo o Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça.

Mas o país ainda perde para outros que lideram o ranking como a África do Sul, com 25 mortes por 100 mil habitantes, e a Colômbia, com 7,8 por 100 mil.

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher, serviço da Secretaria de Políticas para Mulheres, registrou até outubro deste ano 530.542 ligações. Deste total, 58 mil foram relatos de violência contra a mulher e dentre eles 35.891 de violência física, 14.015 de violência psicológica, 6.369 de violência moral, 959 de violência patrimonial, 1014 de violência sexual, 264 de cárcere privado e 31 de tráfico de mulheres.

O balanço revelou inda que a maior parte das mulheres vítima de violência tem entre 20 e 40 anos, ensino fundamental completo ou incompleto e convive com o agressor há pelo menos dez anos.

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