Mesmo com a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), rejeitada em mesa pelo Comando Nacional, na semana passada, o Banpará decidiu manter a rodada de negociação específica e apresentou o mesmo índice da Fenaban de 7% de reajuste e abono de R$ 3.300,00. Assim como o Comando em SP, o Sindicato, a Contraf-CUT e a Fetec-CUT/CN disseram não.
A pauta de reivindicações do funcionalismo do Banpará vai além de reajuste e abono, as entidades sindicais reafirmaram a necessidade de avanços nas cláusulas sociais, como o plano de saúde para ascendente, descendente e aposentado; do pagamento das promoções por antiguidade e merecimento em janeiro de 2017 seguindo regulamento do PCS de 2009 (e respectivos acordos coletivos, sem mudança das regras do jogo, uma vez que este já iniciou); cesta aniversário correspondente a 50% do tíquete alimentação, além da folga já conquistada; PLR social a maior; anuênio dobrado, processo seletivo para funções comissionadas e não à indicação sem concorrência, bem como a renovação das cláusulas anteriores.
“Os bancários e bancárias do Banpará mais uma vez estão de parabéns pelo exemplo de luta. Cerca de 80% do funcionalismo aderiu ao movimento paredista e, portanto a direção do banco tem que vir com uma nova proposta que supere a que a Fenaban apresentar amanhã, como por exemplo, crescimento no tíquete alimentação”, afirma a diretora do Sindicato e empregada do banco, Érica Fabíola, que substituiu a presidenta da entidade, Rosalina Amorim, que cumpre agenda sindical no Rio Grande do Sul.
Práticas antissindicais – As entidades sindicais aproveitaram a mesa para denunciar práticas antissindicais de alguns gestores que estariam intimidando seus subordinados em relação à greve, e também da própria diretoria do banco que atenta contra o direito de greve ao exigir, via e-mail, a relação nominal e diária de comparecimento dos trabalhadores e trabalhadoras.
“De acordo com alguns colegas que estão em processo de avaliação do PCS, seus gestores estariam usando desse processo para intimidar e impedir que o colega exerça seu direito legítimo de greve. Essa atitude se configura prática antissindical e não podemos admitir, nenhum trabalhador pode ser constrangido dessa forma”, destaca o diretor da Contraf-CUT, Adilson Barros.
“A greve no Banpará está quase chegando a 100%, ou seja, é uma cabal demonstração ao banco que a categoria não arredará os pés da greve até ter suas reivindicações atendidas. Na mesa de hoje, passamos à direção do banco alguns itens fundamentais ao funcionalismo do banco. E esperamos o atendimento, pois o lucro de 2016 será estupendo e é um trabalho de todos e todas”, diz a diretora da CUT-PA, Fetec-CUT/CN e empregada do banco, Vera Paoloni.