No Dia do Bancário, comemorado nesta quinta-feira, 28 de agosto, o Sindicato dos Bancários/ES levou para as ruas de Vitória, malabarista, mágico, equilibrista e outros artistas circenses, numa alusão ao que a categoria precisa fazer no cotidiano para enfrentar a pressão por metas e os baixos salários. Também um enorme bolo, mostrando os lucros dos bancos e a pequena fatia dos salários, chamou a atenção no Centro de Vitória.
A caminhada saiu da Praça 8 em direção ao Palas Center, onde funciona a direção do Banestes. Na entrada do prédio foi realizado um ato público com a presença de representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), da Federação dos Bancários RJ/ES, diretores do Sindicato dos Bancários e outros convidados. O objetivo foi cobrar da direção do Banestes a abertura das negociações específicas nesta Campanha Salarial 2008.
A pauta de reivindicação dos funcionários foi protocolada no Gabinete da Presidência do Banestes, pois o presidente, Roberto Penedo, não se encontrava no local.
Entre as reivindicações apresentadas pelos bancários estão:
Reajuste de 46,89%, correspondente às perdas salariais ocorridas no período de setembro de 1994 a agosto de 2008; reintegração de dez bancários demitidos na Campanha Salarial 2007 e constituição de uma comissão paritária para a reformulação da Estrutura de Cargos e Remuneração. “Esses são alguns dos temas urgentes que temos que tratar. Esperamos que a direção do banco esteja aberta ao diálogo”, afirmou o presidente do Sindicato, André Sabino.
Negociação específica
A presença dos representantes nacionais no ato de entrega da minuta ao Banestes teve como objetivo reforçar a importância da abertura das negociações entre o Banestes e o Sindicato. Há dois anos a direção do banco se nega a assinar Acordo Coletivo, rompendo uma tradição de mais de vinte anos.
Na avaliação do diretor CONTRAF-CUT, Carlindo Dias Abelha, a negociação específica é fundamental para o avanço nas conquistas. “Nós já abrimos negociações, inclusive, com bancos privados, como é o caso do Santander, Itaú e Unibanco. Também temos confirmadas rodadas de negociação com o Banpará (Pará) e com o BASA (Amazônia) e vamos agendar reuniões com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. É inaceitável que a direção do Banestes se recuse a negociar com a categoria”, afirmou Abelha.
O diretor Jurídico da Federação dos Bancários RJ/ES, Paulo Roberto Garcez, destacou: “Existem questões que dizem respeito apenas aos funcionários de um determinado banco. Daí a necessidade de termos, além da Convenção Nacional, acordos específicos. No ano passado assinamos o primeiro acordo com o Santander, que será renovado agora. Negar a negociação específica é ir na contramão da história”.
Apoio do Comando
O representante do Espírito Santo no Comando Nacional dos Bancários, Idelmar Casagrande, também cobrou a abertura das negociações com o Banestes. “Estamos mais uma vez buscando o diálogo com o Banestes. Nossa expectativa é que o bom senso prevaleça”, disse.
Conforme deliberado na 10ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em julho, o Comando, que conduz as negociações da Campanha com a Fenaban, vai buscar abrir os canais de negociação com os bancos regionais que se recusarem a tratar das reivindicações específicas. O levantamento feito na ocasião mostrou que o Banestes foi o único banco público que não negociou acordo específico em 2006 e em 2007.