Agência Estado com agências internacionais
WASHINGTON – O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 24, um plano de resgate para o Citigroup, o segundo maior banco do país, depois que as ações do grupo despencaram mais de 60% na semana passada. O governo vai comprar US$ 20 bilhões em ações preferenciais do grupo, além de garantir até US$ 306 bilhões de empréstimos e títulos de alto risco da instituição financeira.
Os US$ 20 bilhões virão do programa de resgate de US$ 700 bilhões que o Congresso aprovou para ajudar o sistema financeiro. Em outubro, o grupo já havia recebido US$ 25 bilhões do pacote. Com os problemas se espalhando pelos bancos, os governos de todo o mundo têm intensificado seus esforços para conter a pior crise financeira em 80 anos.
O anúncio do pacote de resgate aconteceu após o acordo sobre garantias alcançado pelo Citigroup com o Departamento do Tesouro, o Federal Reserve (Fed) e a Corporação Federal de seguros sobre Depósitos (FDIC, agência de garantias de depósitos bancários).
Em um comunicado conjunto, as três entidades federais anunciaram que pretendem dar ao ex-número um das finanças “proteção contra eventuais perdas inusitadas sobre um pacote de ativos por cerca de 306 bilhões de dólares em créditos e seguros”.
“Com estas medidas, o governo americano toma as medidas necessárias para fortalecer o sistema financeiro e proteger os contribuintes e a economia”, anunciaram em comunicado. “Continuaremos a usar nossos recursos para preservar a força de nossas instituições bancárias e promover o conserto e a recuperação delas, para conter os ricos.
Plano
O Tesouro vai cobrar taxa mais elevada de juros pelo capital do que impôs a dúzias de outros bancos que têm tomado empréstimos do governo dentro do pacote de auxílio de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso no mês passado.
Além dos recursos, o Citigroup contará com um arranjo extremamente incomum, no qual o governo aceita lastrear cerca de US$ 300 bilhões de seus ativos, incluídos letras hipotecárias, entre outros itens.
O Citi deverá arcar com os primeiros US$ 37 bilhões a US$ 40 bilhões em perda com esses ativos. Se as perdas se estenderem acima deste patamar, o Tesouro vai assumir perdas de até mais US$ 5 bilhões. A partir daí , entra a Fdic, que bancará, se for o caso, perdas de até mais US$ 10 bilhões. Acima deste patamar, qualquer nova perda será honrada pelo Fed.
O Citigroup também concordaria em trabalhar para modificar, se possível , hipotecas problemáticas, num total de US$ 300 bilhões, a partir de critérios estabelecidos pela Fdic, após a falência do IndyMac Bank.
Não há expectativa de o governo norte-americano exigir qualquer mudança gerencial no Citi . A possibilidade era vista como potencialmente desestabilizadora.