Exames periódicos no Banco da Amazônia estão sendo feitos em local inapropriado e que compromete saúde dos bancários

Os empregados do Banco da Amazônia em Porto Velho estão sendo, desde quarta-feira (24), submetidos ao exame médico periódico para que sejam avaliados quanto ao seu estado de saúde, como determina a lei trabalhista desde 1978 em todo o país.

Esta seria uma notícia positiva que comprovaria uma suposta preocupação do banco em zelar pela saúde de seus trabalhadores, se não fosse o fato de que estes mesmos bancários estão sendo obrigados a fazer os exames, as coletas de sangue, urina e fezes por uma técnica de enfermagem (e não por médico especialista em Medicina do Trabalho) em ambientes totalmente inapropriados dentro da própria Superintendência do Banco da Amazônia em Rondônia.

Foi isso o que constataram dirigentes do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), na manhã desta quinta-feira (25), na agência principal do banco, no Centro de Porto Velho. Até quarta, os funcionários eram atendidos em uma área somente alguns metros afastada do local de atendimento ao público, situação completamente negligente para este procedimento. Já nesta quinta, os bancários estavam sendo atendidos num auditório que fica na parte superior do prédio, mas que, ainda assim, é considerado inadequado para exames de saúde, já que o local fica a maior parte do tempo fechado e, com isso, está tomado por pó e outras substâncias consideradas insalubres ao ser humano.

Além deste fator negativo, o Sindicato ainda questiona o fato de o exame periódico ser feito de forma surpresa e ‘coletiva’ , de uma só vez com todos os bancários, o que contraria o que sugerem as próprias empresas de prestação de serviços médicos, que é de que a frequência do exame periódico seja embasada de acordo com os critérios de condições que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou ainda, para aqueles trabalhadores que sejam portadores de doenças crônicas, tudo isso pré-determinado pelo médico coordenador do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).

O presidente do Sindicato, José Pinheiro, diz que estes exames deveriam ser feitos em laboratórios próprios para este procedimento, e não no ambiente de trabalho e em condições de estrutura e logística inadequadas.

“Os empregados estão sendo obrigados a responder questionários com perguntas de cunho íntimo e pessoal, na presença de outros empregados, coletando sangue, fezes e urina em público, sem a menor privacidade, sendo expostos ao constrangimento e humilhação, e tudo isso feito por uma técnica de enfermagem e não por um médico do trabalho, o que afronta completamente a legislação”, avaliou Pinheiro, que questiona ainda o fato de que os exames de sangue ficarão de posso do banco, e que este sangue coletado pode muito bem ser utilizado pelo banco para fins escusos contra os trabalhadores como, por exemplo, diagnosticar patologias que os bancários preferiram não revelar.

“Já não bastasse estar há mais de dois anos sem realizar estes exames periódicos, quando o banco realiza ainda é nestas condições que põem em risco a saúde dos empregados”, disse Maria do Socorro, diretora Jurídica do SEEB-RO e funcionária do Banco da Amazônia.

“Estamos protocolando ofício junto ao banco exigindo esclarecimentos pelos procedimentos que estão sendo adotados no momento destes exames, em locais e estruturas completamente inadequadas à privacidade e, principalmente, à saúde do trabalhador”, revelou Ivone Colombo, diretora de Saúde do Sindicato.

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