(São Paulo) Depois de três rodadas de negociações, a Fenaban apresentou nesta segunda-feira, dia 4, uma contraproposta para as reivindicações de saúde dos bancários. Em reunião com a Contraf-CUT, os banqueiros detalharam um projeto de programa de reabilitação.
“A contraproposta da Fenaban é muito semelhante à nossa e tem muitos pontos iguais ao Programa de Reabilitação Ocupacional (PRO), proposto pela Contraf-CUT. Os banqueiros insistem em chamá-lo de Programa de Readaptação, mas ainda há alguns detalhes que não concordamos e vamos continuar as discussões até chegarmos a um consenso”, avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT.
Entre as reivindicações dos bancários atendidas pela Fenaban em sua contraproposta está a aplicação do programa somente para quem estiver retornando do afastamento por problemas de saúde. Para os bancários da ativa, o programa teria o caráter preventivo.
Os banqueiros também concordaram em criar uma equipe multiprofissional para avaliar os bancários afastados. “Na contraproposta, a Fenaban atende nossas reivindicações, pois os trabalhadores não voltariam automaticamente para a mesma função e no mesmo local que o adoeceu. A equipe multiprofissional analisaria cada caso e recolocaria o funcionário num ambiente e com funções compatíveis com o seu estado de saúde. Enquanto o bancário não volta ao trabalho, ficaria garantido o pagamento do salário e de todos os direitos. Ainda não está definido um prazo limite para esta situação”, comentou Plínio.
A Contraf-CUT vai analisar detalhadamente a contraproposta da Fenaban, enquanto os banqueiros avaliam as observações feitas pelos representantes dos bancários durante a negociação. Nova reunião ficou pré-agendada para o início de fevereiro.
Isonomia
A isonomia de direitos e salários entre os bancários da ativa e os trabalhadores afastados com doença ocupacional continua com alguns impasses. Mas a Fenaban sinalizou que está disposta a avançar nesta reivindicação.
“O problema é que os banqueiros querem controlar as condições de saúde do trabalhador enquanto ele estiver afastado. Não vamos aceitar interferência dos patrões nas avaliações. Propusemos uma forma de acompanhamento, com a criação de um questionário para o bancário responder e remetê-lo com os exames para o médico do trabalho contratado pelo banco. Ele analisa e, se achar que o bancário está apto ao trabalho, a junta médica prevista na cláusula 26 da CCT é acionada para dar o seu parecer. Caso o médico entenda que a incapacidade continua, ele emite um laudo que será arquivado sob sigilo pelo banco, com cópia para o trabalhador”, detalhou Plínio.
A Fenaban, no entanto, achou que o acompanhamento proposto pelos bancários ainda é pequeno e não aceitaram. “Eles alegam que, se vão ceder a isonomia de direitos, precisam de um poder maior de interferência. A questão ainda vai ser debatida com mais ênfase para superarmos as divergências e fecharmos um acordo”, finalizou Plínio.
Fonte: Contraf-CUT