Com o tema "Só a Luta te Garante", a Campanha Nacional dos Bancários 2016 foi lançada oficialmente em Rondônia, na manhã desta sexta-feira (12), em frente ao prédio da agência Madeira-Mamoré da Caixa Econômica Federal, no Centro de Porto Velho.
Bancários dos bancos públicos e privados, juntamente com diretores do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), exaltaram aos clientes, usuários e ao público em geral a importância deste momento que marca o início da luta da categoria que tem, como eixos centrais: reajuste de 14,78%, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim da terceirização, além da defesa do emprego, das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, ameaçados pelo governo interno de Michel Temer.
A pauta de reivindicações da categoria – aprovada durante a 18º Conferência Nacional dos Bancários, entre os dias 29 e 31 de julho, em São Paulo – foi entregue aos representantes dos bancos na manhã do dia 9/8, e as primeiras rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) já foram marcadas para os dias 18 e 19.
"Precisamos lutar para conquistar e garantir nossos direitos já conquistados. Estamos vivenciando um momento nacional em que um governo interino está com uma incrível vontade de retirar direitos dos trabalhadores, mexer na previdência, rasgar a CLT (o negociado sobre o legislado) e privatizar as empresas públicas que pertencem ao povo brasileiro. Por isso temos que fazer uma campanha forte, pois os banqueiros não gostam de nós, não gostam dos clientes e usuários. Eles só gostam dos juros conquistados com as altas taxas de juros cobradas de nós, a população", mencionou José Pinheiro, presidente do Sindicato.
O diretor de Formação Sindical, Cleiton dos Santos, destacou que a campanha nacional é dos bancários, mas que representa a luta de todos os trabalhadores brasileiros. "A nossa campanha dialoga com a resistência, com a esperança e com todos os temas que são a essência de luta do trabalhador em qualquer categoria profissional. Hoje o país já sofre com o índice preocupante de desemprego, e os bancos, lucrando cada vez mais, em vez de contratar, estão fechando postos de trabalho e demitindo indiscriminadamente. Por isso temos que ir à luta", conclamou Cleiton.
Já o diretor da Regional Ariquemes, Jonas Pinheiro, foi enfático ao convocar os bancários para a participação efetiva na campanha. "Precisamos ter a consciência de que somente com a luta é que podemos conseguir o que almejamos. Por isso temos que enfrentar sol e chuva, sair desta zona de conforto e ir para a luta", disparou.
A diretora da Regional Rolim de Moura, Keli Cristina, destacou a importância das mulheres participarem ativamente da luta. "Somos vítimas de preconceito (a exemplo de casos com licença-maternidade), assédio sexual, dupla jornada, e das nítidas dificuldades de crescimento na carreira, pois toma-se como exemplo o pífio índice de promoção de mulheres em cargos de gerência em comparação aos homens, que é muito maior", avaliou.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
* Reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação.
* PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
* Piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).