Os vigilantes do Paraná entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, dia 1º de fevereiro. A decisão foi tomada em assembleias realizadas no dia 26 de janeiro.
Desde o mês de dezembro em negociação com os trabalhadores, os patrões não apresentaram proposta favorável às reivindicações da categoria. A Praça Santos Andrade, em Curitiba, recebeu mais de 1.300 vigilantes indignados com a irresponsabilidade dos patrões que encerraram as negociações no dia 17, levando os trabalhadores à paralisação.
Assembleias simultâneas também aconteceram em Maringá, Londrina, Cascavel, Umuarama, Ponta Grossa e Pato Branco.
A greve dos vigilantes patrimoniais engloba os setores de indústria, comércio, órgãos públicos e privados e o sistema financeiro, como bancos, cooperativas de crédito, entre outros.
Com a categoria em greve, as agências bancárias não poderão funcionar devido à lei 7.102 que não permite a abertura das mesmas sem a presença de, no mínimo, dois vigilantes. São 1.337 agências bancárias do Paraná e 344 em Curitiba.
Expectativa de grande adesão
A expectativa do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes) e da Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravispp) é de que 80% dos profissionais cruzem os braços no primeiro dia de paralisação.
Segundo João Soares, presidente de ambas as entidades, os efeitos da paralisação da categoria devem atingir em cheio o setor financeiro. “A greve é geral e por tempo indeterminado. É líquido e certo que teremos próximo de 100% das agências bancárias fechadas. O sistema se tornará um caos. Isso vai dar força ao movimento”, afirma.
Na última greve da categoria, em 2009, mais de 200 agências e postos de atendimento bancários da capital permaneceram fechados. Nos dias seguintes, o número aumentou e chegou a 270 estabelecimentos fechados. No total, há 344 agências em Curitiba e 1.337 no Paraná.
“Na última greve, todas as agências da região central e algumas do interior ficaram fechadas. Pela nossa experiência, já sabemos que a maioria dos estabelecimentos não vai abrir por causa da ausência de vigilantes”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias.
Orientações aos bancários
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região já declarou que endossa a causa dos vigilantes e apoia a paralisação dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
A entidade entende que a segurança de bancários e clientes pode ser colocada em risco caso as agências sejam abertas sem a presença dos profissionais competentes. Pois, conforme estabelece a Lei nº 7.102, estabelecimentos financeiros não podem funcionar sem a presença de, ao menos, dois vigilantes.
Sendo assim, o Sindicato informa que estará atento aos efeitos da paralisação, impedindo que agências que não atendam às condições mínimas de segurança funcionem.
A entidade também orienta os bancários a não colocarem sua vida em risco. Em caso de descumprimento da legislação, os trabalhadores devem comunicar ao Sindicato, pelo telefone (41) 3015-0523.