A Contraf-CUT participou, nesta terça-feira (6), do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, na Câmara Municipal de João Pessoa. A sessão foi marcada pelo vereador Marcos Henriques, ex-presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, motivado pelo sucateamento que o Governo Federal promove aos bancos públicos, fechando agências e criando programas de demissões.
Marcos Henriques afirmou que a atuação de instituições bancárias, a exemplo do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste, foi capaz de contribuir para a redução dos desequilíbrios regionais que gerenciam importantes programas sociais para população e assim como vêm atuando também com o propósito de reduzir as desigualdades sociais.
O objetivo da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos é ampliar os debates e articulações para barrar projetos de reestruturação que miram o sucateamento e privatização das instituições financeiras públicas, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. Outro propósito é fomentar ações para informar e sensibilizar os parlamentares a respeito da importância dos bancos públicos para o desenvolvimento econômico e social do país.
“Na eleição de 2014, antecipamos em dois jornais, que entregamos aos bancários, que havia dois projetos em disputa. Um claramente neoliberal, excludente, concentrador, privatizatizante e outro que era diferente, que já tinha mostrado características de inclusão, democrático popular e, principalmente, distributivista. Vivemos a eleição, um projeto ganhou e, em seguida, ele foi golpeado. Porque o outro projeto jamais ganharia uma eleição democrática. E é esse projeto que estamos vivendo neste momento”, lembrou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT. “Os bancos públicos são fundamentais para um país. Dificilmente um Estado consegue resolver as suas assimetrias, se ele não tiver uma ferramenta pública para alocar recursos e arrumar desiquilíbrios. Os bancos públicos são a ferramenta que o Estado tem para reduzir desigualdades”, completou o presidente da Contraf-CUT.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, disse que com as demissões e a redução do quadro de pessoal, por meio do incentivo às demissões e aposentadorias voluntárias, o que temos visto são bancários sobrecarregados e sem conduções de atender a todos os clientes. “Isso gera ainda mais problemas, pois leva os trabalhadores ao adoecimento e afastamento por questões de saúde, reduzindo ainda mais o número de pessoas para atender a população. Este governo está acabando com o caráter público da Caixa, Banco do Brasil e demais bancos estatais, que estão perdendo a capacidade de realização de políticas que beneficiam a sociedade, como o programa Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Fies e outros. É de fundamental importância que os bancos públicos se mantenham forte para investir em programas sociais e não tenham atuação semelhante aos bancos privados. Não é possível que os bancos públicos tenham uma atuação que apenas busque o lucro pelo lucro.”
Para Dionísio Reis, coordenador da Comissão de Empresa dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), a causa não era apenas uma questão corporativa, mas a luta em defesa do patrimônio público.
Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEE/BB), acrescentou que outra bandeira de luta é mostrar a sociedade a diferença entre a gestão pública e a privada e as consequências da privatização para sociedade.
Já Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Executiva dos Funcionários do BNB (CEF/BNB), disse que a população tem que ser forte para resistir em defesa das empresas públicas.