O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte manifesta sua indignação após funcionárias e funcionários da Agência Setor Público do Banco do Brasil terem passado por situações de constrangimento na última sexta-feira, 23 de outubro. Naquele dia, um Oficial de Justiça, de posse de um mandado, o advogado geral do Estado de Minas Gerais e a Polícia Militar estiveram no local, localizado no prédio do BB da rua Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, para requisitar dinheiro não repassado pelo banco ao governo estadual após a entrada em vigor da Lei 21.720/2015. Na rua, várias viaturas da Polícia Militar aguardavam de prontidão.
A Lei 21.720 foi sancionada em julho deste ano e permite a utilização, pelo governo, de depósitos judiciais realizados em processos vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG). O dinheiro pode ser destinado ao custeio da previdência social, ao pagamento de precatórios e assistência judiciária e à amortização da dívida do Estado com a União.
Segundo informações repassadas ao Sindicato, o gerente geral da Agência Setor Público está ausente da mesma, sem destino conhecido, desde a última quinta-feira, dia 22 de outubro, assim como o superintendente Regional de Governo em Minas Gerais e o superintendente Estadual do Banco do Brasil.
Com a ausência do gerente Geral na unidade de trabalho durante a visita dos representantes do governo, um dos gerentes de Negócios foi intimado e, por muito pouco, não foi conduzido pela autoridade policial. Diante da situação, a Assessoria Jurídica do Banco do Brasil em Minas Gerais (Ajure-MG) enviou representante ao local e conseguiu reverter a situação, alegando questionamento jurídico sobre a lei 21.720. Na ocasião, os representantes da Justiça mineira informaram que a lei está em vigor e vem sendo descumprida pelo Banco do Brasil, avisando também que, na segunda-feira seguinte, dia 26, retornariam à agência em busca da quantia devida.
Os trabalhadores ficaram assustados com o ocorrido, pois nunca foram alertados pelo banco sobre a situação. Desta forma, juntamente com o gerente de Negócios, foram vítimas da omissão do banco e da administração da Agência Setor Público.
Nesta segunda-feira, 26, pela manhã, o Sindicato esteve na agência Setor Público para conversar com funcionárias e funcionários. Lá chegando, os bancários já estavam em reunião com o representante da Ajure-MG, que explicava sobre o risco à imagem da empresa e o risco desse dinheiro jamais retornar aos cofres do banco. O Sindicato interveio e exigiu que a preocupação do BB fosse, em primeiro lugar, com os funcionários, classificando como absurda a conduta do banco em relação aos trabalhadores. Os diretores do Sindicato destacaram, também, que o banco age com covardia ao submeter funcionários a situações degradantes e riscos indevidos enquanto a administração, prepostos do banco e detentores de cargo de confiança, foram os primeiros a fugir da responsabilidade que lhes competia.
De acordo com o que foi informado ao Sindicato, o BB já repassou parte dos recursos ao Governo de Minas Gerais, mas um novo montante foi requisitado. A Agência Setor Público, sob orientação da Diretoria Jurídica do Banco do Brasil (Dijur), não honrou com a solicitação, descumprindo a legislação em vigor e causando a situação que expôs os trabalhadores.
Para Helberth Ávila, que é funcionário do BB e diretor do Sindicato, a obstinação cega pelos resultados por parte da diretoria do BB parece ter chegado ao seu ápice. "Não aceitamos que o Banco do Brasil coloque em segundo plano a integridade física dos trabalhadores e que relativize a importância da dignidade dos funcionários, permitindo que sejam expostos a situação vexatória no local de trabalho. O Sindicato está acompanhando atentamente o caso e vem exigindo que os administradores do Banco do Brasil em Minas Gerais assumam os papéis que os competem para uma solução definitiva do conflito", afirmou.