A batalha da categoria bancária em 2018 tem em sua agenda uma jornada de enfrentamento que se destaca como uma das mais desafiadoras dos últimos tempos. Foi esse o cenário apresentado pelos debatedores que prestigiaram o Encontro Estadual dos Bancários, no sábado (28), das 9h às 15h, na sede do Sindicato dos Bancários da Paraíba. O evento, que praticamente lotou o auditório do Seeb-PB, foi realizado em conjunto com o Sindicato os Bancários de Campina Grande e Região, que trouxe uma boa delegação.
Nos painéis de debates sobre os desafios da categoria para este ano, Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal e Bárbara Vallejos, economista do Dieese – São Paulo mostraram o panorama de dificuldades que as bancárias e os bancários enfrentarão para se contrapor à ganância dos bancos; que demitem, fecham agências e precarizam o atendimento à sociedade, em nome de lucros cada vez maiores, enquanto a crise assola o país.
Entre outros fatores, os debatedores analisaram o cenário de perdas de direitos e a quebra do ritmo de crescimento do país, resultantes do projeto de desmonte dos bancos públicos pelo governo neoliberal de Temer, instigou a retomada de uma luta de classes que não tem mais trégua, ante à imoralidade que se dissemina num país governado por um grupo sem projeto de nação, que literalmente rasgou a CLT e retirou direitos históricos. A política de privatização das empresas públicas, com ênfase nos bancos oficiais, foi destaque em todas as análises, inclusive na participação da plenária.
O Doutor em Economia, analista e professor da UFPB, José Artigas enfatizou em sua análise de conjuntura a extensão do golpe, que começou com o afastamento da presidenta Dilma e que vai continuar ainda por muito tempo, quer tenhamos eleição ou não para presidente este ano. E reforçou que os ataques são contra os trabalhadores, para favorecer o patronato nacional e internacional. “Infelizmente, com a nova legislação as negociações trabalhistas vão ser ainda mais difíceis do que às dos anos 1990. Daí a necessidade da mobilização e unidade de todos os trabalhadores, dos movimentos sociais e da sociedade em geral para resistir, conter os avanços e os efeitos nocivos das políticas entreguistas do governo golpista e elegermos um candidato comprometido com o bem estar do povo. É fundamental a libertação de Luís Inácio Lula da Silva. Lula livre! Lula livre! Lula Livre!”, bradou.
Eleições Previ
Os participantes do Encontro reafirmaram o apoio à Chapa 2 – Previ para os Associados, composta por pessoas experientes e competentes, entre as quais o nosso companheiro Paulo César Soares de França “PC”, que concorre ao cargo de Conselheiro Fiscal – Titular. Os ataques aos bancos públicos e às nossas entidades de previdência e assistência estão cada vez mais fortes e precisamos ter dirigentes desses órgãos com experiência e pulso forte para conter as investidas da diretoria do Banco a mando do governo. A coleta de votos termina nesta segunda-feira (30). Portanto, não permita que os outros escolham por você. Participe!
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, avaliou positivamente o Encontro Estadual dos Bancários da Paraíba. “O nosso evento foi bastante prestigiado pelos bancários e bancárias de nossa base, que participaram ativamente das discussões inerentes às questões que abrangem todos os segmentos da nossa categoria profissional e tiveram o privilégio de debater com os ícones do movimento sindical no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, mais a representação do Dieese – São Paulo, que traduziu em números todos os malefícios dessa famigerada reforma trabalhista, que feriu gravemente nossa convenção Coletiva de Trabalho. A brilhante exposição do Professor Artigas ajudou muito a compreendermos a gravidade da conjuntura em que vai se dar a nossa campanha este ano”, arrematou.
O presidente também comentou sobre o público presente, que poderia ter contado com mais companheiros da base. “Valeu a pena todo o esforço da diretoria do Sindicato em divulgar exaustivamente o evento, que foi um sucesso. Ao tempo que parabenizamos os que se dispuseram a discutir a nossa pauta e as estratégias de uma campanha dificílima, lamentamos profundamente pelos que não puderam ou não quiseram vir fortalecer ainda mais a luta pela manutenção dos direitos históricos que nos foram subtraídos pelos golpistas”, concluiu Marcelo Alves.