Bancários chamam a atenção para riscos e prevenção das LERs/Dort em SP

Manifestação em Araraquara-SP

Na quinta-feira, 28 de fevereiro, Dia Internacional de Combate às LERs/DORT, os sindicatos dos bancários foram às ruas fazer o alerta sobre os riscos e as formas de prevenção para esta síndrome, que atinge um grande número de trabalhadores.

Na base da FETEC/CUT-SP, o Sindicato dos Bancários de Araraquara realizou apresentação de peça teatral nas agências bancárias do centro da cidade. O grupo teatral lembrou a data e orientou sobre a correta postura de digitação frente aos computadores, ferramenta diária de trabalho dos bancários.

O sindicato também alertou sobre o assédio moral sofrido diariamente pelos bancários, por meio de cobrança de produtividade. Conjuntamente, a entidade distribuiu o jornal específico de saúde produzido pela FETEC/CUT-SP. A manifestação contou com boa recepção e participação por parte dos bancários.

Os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Barretos e Região percorreram as 14 cidades da base, distribuindo os jornais da FETEC SP, além de divulgar o tema por meio de spot de rádio e nos veículos de comunicação da entidade.

Em Taubaté, o Sindicato dos Bancários também distribuiu informativos com orientações sobre a prevenção, lembrando que a categoria bancária está entre as mais acometidas pelo sofrimento decorrente das LERs/DORT, em virtude da rotina árdua de trabalho, cujos elementos constantes são a pressão para cumprimento de metas abusivas, o excesso de trabalho acarretado pela falta de funcionários e o grande número de demissões.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região aproveitou a data para fazer o alerta sobre a necessidade da prevenção (foto ao lado). “Hoje, o modelo organizacional imposto pelos bancos simplesmente ignora a existência das LER/Dort, como se o adoecido fosse descartável. Não há prevenção, só existe uma gestão que preza pelas metas exacerbadas”, afirmou a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, ao lembrar que, em muitos casos, as lesões geram perda de movimentos resultando também em transtornos mentais em virtude da incapacidade.

O Sindicato dos Bancários de Bragança e Região realizará palestra alusiva ao tema no dia 06 de março com participação de representantes do Cerest/Amparo e da Secretaria de Saúde de Bragança Paulista.

Dados do INSS mostram, que, de 2005 a 2008, 1.489 bancários receberam auxílio-doença por incapacidade causada por doenças do sistema musculoesquelético.

O Anuário Estatístico da Previdência Social revela que, entre janeiro e junho de 2009, eram 6.800 os bancários afastados, sendo 2.030 os casos motivados por LER/DORT e 1.626 por doenças relacionadas à saúde mental. Apesar de elevados, esses números estão aquém da realidade, já que não são computados os que continuam trabalhando, mesmo doentes, nem os que têm o benefício negado.

“Os bancos não emitem a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) e, muitas vezes, preferem deixar os trabalhadores adoecidos em casa, pagando os seus salários, sem que passem pelo INSS. Com isso as instituições financeiras economizam o ônus de ter causado o adoecimento. Isso é falta de responsabilidade social”, denuncia Adma Gomes, diretora de Saúde da FETEC/CUT-SP, ao reforçar que a prevenção dita pelo bancos fica apenas no papel.

De acordo com a médica pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, as LERs/Dort nos bancos estão diretamente relacionados com o modelo de gestão. “Não basta alertar os trabalhadores para os perigos, riscos e situações se não houver, concomitantemente, mudanças das condições que propiciam os acidentes e adoecimentos. É necessária uma real mudança na organização do trabalho”, alerta a médica.

Em virtude da elevada subnotificação, a Fundacentro lançou um vídeo com orientações aos profissionais da saúde, sobre a necessidade de notificarem as LERs/DORT no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN.

Além disso, o vídeo traz informações importantes para o conjunto dos trabalhadores, com dados sobre sintomas e causas dos adoecimentos. O material explica a importância do exame clínico cuidadoso e da devida notificação, para que ações de prevenção possam ser desencadeadas e os direitos dos trabalhadores sejam garantidos.

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