(Brasília) Na rodada de negociações com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), ocorrida ontem em Brasília, a Comissão de Negociação da Caixa comunicou que a direção da empresa deverá divulgar ainda hoje (dia 30 de junho) normativo determinando o retorno da incorporação a partir de 10 anos de exercício da função ou cargo.
Os representantes da empresa informaram ainda que será considerada a média das gratificações recebidas nos últimos cinco anos, podendo ser admitidas várias interrupções durante este período, mas nenhuma superior a 180 dias ou seis meses. Uma decisão com este objetivo vinha sendo cobrada pela representação dos empregados, que reivindica também a criação de adicional compensatório de perda de função de confiança ou cargo comissionado, com a revogação da RH 073.
Na rodada de ontem, a Comissão Executiva dos Empregados voltou a cobrar maior agilidade no processo de assinatura do termo de interesse na reintegração dos empregados demitidos pela RH 008, que implicará no fim da ação judicial e que será viabilizada tão logo seja aprovado o voto do Conselho Diretor da empresa. Foi mantido o prazo-limite de 31 de agosto para o encaminhamento desse termo, mas a representação dos empregados reivindicou que o mínimo fosse estendido de 60 para 90 dias a partir da data do voto do Conselho Diretor. As condições para a reintegração serão definidas com o voto do conselho. A CEE/Caixa lembrou que não abre mão da reintegração de todos os demitidos.
Faltas da greve
Os representantes da empresa informaram que 6.580 empregados já fizeram a compensação dos dias da greve. O acerto entre as partes prevê que Apips e licenças-prêmio sejam utilizadas na compensação. As ausências de greve estão sendo compensadas com uma hora de trabalho para cada hora e meia de falta. O compromisso é de fazer a conversão até o dia 1º de julho. As situações específicas serão analisadas caso a caso.
Funcef
A CEE/Caixa cobrou agilidade no processo de tramitação da proposta de estatuto da Funcef, já aprovada pelas instâncias da fundação e que hoje se encontra sob análise na área de RH da Caixa.
Tendo em vista ainda que um contingente de empregados está prestes a se aposentar, a Comissão Executiva reivindicou que seja feito levantamento das agências que possuem empregados nesta situação. A Caixa informou que será desenvolvido programa para preparar os empregados que vão se aposentar e reafirmou que fica garantida a reposição do quadro de pessoal nas agências.
A Comissão Executiva solicitou que o Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA) seja incluído no saldamento do REG/Replan. A Caixa reconheceu a existência do problema, mas considerou ser inviável a curto prazo uma solução para essa demanda. A empresa descartou também aporte de recursos para o saldamento com inclusão do CTVA, sob o argumento de que essa solução inviabilizaria o Novo Plano da Funcef.
Segmentos de empregados
A Comissão Executiva dos Empregados voltou a cobrar uma solução definitiva para a demanda de segmentos de empregados, a exemplo dos avaliadores de penhor, cujos maiores problemas estão na área de saúde e função (dupla atribuição). Os representantes dos empregados reafirmaram que os avaliadores não podem continuar exercendo a função de caixas, mas tão somente as atividades pertinentes ao penhor. O sistema aplicado neste setor também foi criticado, tendo em vista a existência de unidades que não conseguem fazer leilões há algum tempo.
A Caixa propôs fórum específico para discutir a situação dos avaliadores de penhor e de outros segmentos. Reunião com este objetivo ficou agendada para o dia 4 de agosto.
Segurança bancária
A Caixa estuda a possibilidade de abrir em todo o país salas de auto-atendimento nos finais de semana, argumentando para isto que gestores de unidades estão reclamando da concorrência. Houve protesto dos representantes dos empregados. A alegação é de que a viabilidade dessa proposta contraria acordo feito no âmbito do GT de Segurança Bancária, que deverá reunir-se em julho em São Paulo.
A Caixa informou que, atualmente, há 26 mil empregados lotados nas filiais. A CEE/Caixa manifestou interesse em conhecer o novo modelo que vem sendo preparado para as filiais.
Saúde/Caixa
Os maiores problemas estão relacionados ao sistema, que não funciona já algum tempo. A Caixa garantiu que esses problemas serão resolvidos em breve. A Comissão Executiva solicitou ainda maior respeito pelo Conselho de Usuários, que não vem cumprindo o que estabelece seu regimento, muito em função da falta de estrutura. Os problemas com o pagamento dos profissionais credenciados também carecem de soluções urgentes. O funcionamento do Conselho de Usuários será discutido na reunião agendada para o dia 4 de agosto.
Caixas PV
A falta de caixas nas unidades permanece sem solução. A representação dos empregados voltou a cobrar a dotação imediata de mais 794 cargos para completar o número de 7.622 empregados, conforme negociado na campanha salarial do ano passado. Também permanece o impasse de ampliação de reserva de contingência para caixas de 20% para 50%, conforme proposto pela CEE/Caixa. A empresa não conseguiu elaborar relatório para identificar a real situação dos caixas PV.
Sipon
A Caixa propõe que o logion do Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) tenha dois pontos, faltando a área de tecnologia se posicionar sobre o assunto. Mas já está decidido: não será um logion único, embora a empresa reconheça que a multiplicidade de logions provoque muitas distorções.
Terceirizados
Os problemas com as empresas terceirizadas continuam sem solução. A Comissão Executiva dos Empregados formalizou denúncia de que prestadoras de serviço como a Roschi, Ronda, Prodatec, Digitec e CJF estão contratando irregularmente trabalhadores para o auto-atendimento.
Depois de levantar os dados sobre essas fraudes, a representação dos empregados vai encaminhar à Caixa a relação de todas essas prestadoras que atuam à revelia de seus contratos.
Fonte: Fenae