A Diretoria executiva da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) reuniu-se, na quarta-feira (4), para debater a conjuntura política com o presidente da Contraf-CUT, Roberto Von Der Osten. Participaram dirigentes do Sindicato de Curitiba e região e dos demais sindicatos de bancários do interior do Paraná.
A exposição feita do panorama atual tem por objetivo pautar a luta dos trabalhadores e principalmente alertar sobre as principais ameaças que tramitam no Congresso Nacional. O presidente da Contraf-CUT, junto com os dirigentes sindicais, analisou e debateu dados econômicos dos últimos anos e a mudança do comportamento dos bancos ao longo desse período.
Uma das principais questões abordadas no encontro refere-se a como a crise político-econômica enfrentada no Brasil tem afetado o emprego do bancário. Há um contraponto bastante significativo, pois, apesar dos bancos terem obtido o maior lucro da história, os cinco principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander) reduziram 10.311 postos de trabalho no ano de 2015. Sendo quase a metade relativos aos planos de aposentadoria incentivada pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Apesar do lucro líquido total desses bancos ter crescido 16,2% em relação ao ano anterior houve um encolhimento no número de agências. Outra ameaça ao emprego enfrentada pelos trabalhadores está na venda do HSBC, que ainda aguarda parecer final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Diante de um cenário de recessão pelo segundo ano consecutivo, recuo do PIB, previsão de inflação a 8,72% e taxa Selic de 14,25% o desemprego é uma consequência. Para se adequar ao cenário de crise, os bancos têm mudado seu modelo de gestão e buscam na reestruturação e nas novas tecnologias encolher o quadro de pessoal. Para os trabalhadores que ficam, a pressão por metas e a sobrecarga de trabalho se torna ainda maior.
No encontro, foi avaliada também a campanha salarial realizada em 2015 e os preparativos para a campanha de 2016. “Em 2015 não aceitamos acordo sem ganho real. Atitude que ganhou a confiança da base”, avaliou Roberto Von Der Osten.
“O envolvimento da categoria nesse diálogo é muito importante para fortalecer a luta. Nesse momento é necessário também conversar com a sociedade sobre a responsabilidade social dos bancos e as ameaças aos direitos dos trabalhadores que vem por aí”, finalizou Genesio Cardoso, bancário da Caixa.
