Numa forte demonstração de resistência ao processo de reestruturação da Caixa Econômica Federal que a direção da empresa vem impondo, os empregados do prédio da Barroso no Rio de Janeiro paralisaram suas atividades, na última sexta-feira (26), por toda a manhã, até o meio-dia.
Ao mesmo tempo, realizaram um ato público em frente à unidade, denunciando aos clientes e à população o plano que vem sendo executado pela direção da Caixa e que começou com a extinção ou fusão de setores inteiros, forçando a transferência de empregados para outras cidades, ou mesmo outros estados, sob ameaça de perda de função, significando redução salarial.
Em seus discursos durante o protesto, tanto diretores do Sindicato quanto delegados sindicais e funcionários da base condenaram a diretoria da empresa por ter imposto as medidas de forma truculenta e abusiva, sem dialogar com a categoria e o movimento sindical.
O diretor do Sindicato Paulo Matileti afirmou que este comportamento desrespeitoso e as conseqüências das medidas anunciadas lembram as políticas neoliberais impostas por outros governos. “Estranhamos muito este desmonte posto em prática pela presidente da empresa, senhora Maria Fernanda, contrariando a política de defesa das estatais do governo Lula”, afirmou o dirigente.
Técnicos bancários
Matileti lembrou que, além de reduzir de forma irresponsável a estrutura da Caixa, a direção da empresa esqueceu que há empregados envolvidos que têm suas vidas e de seus familiares estruturadas em torno de seu local de trabalho. O pacote atinge a todos, pois a saída dos antigos funcionários enfraquecerá as lutas gerais e específicas do funcionalismo, sobretudo a luta dos técnicos bancários pela isonomia.
A extinção de unidades meio, com a centralização das atividades em alguns estados, é a chamada “segunda onda” do plano de desmonte que a diretoria da Caixa chama de “reestruturação”. A categoria tem que se manter mobilizada para reverter as medidas e barrar as futuras “ondas”.
Reunião de delegados sindicais
Por conta da pressão das mobilizações, a diretoria da CEF aceitou receber a Contraf-CUT e a Comissão de Empregados (CEE) para cobrar explicações sobre o desmonte. Por decisão da assembléia de quarta-feira, a intensificação da luta será definida numa reunião de delegados sindicais.
A assembléia decidiu, ainda, propor que a Contraf-CUT aprove um calendário nacional de mobilizações. E que sejam providenciadas medidas jurídicas contra a “reestruturação”.