A proposta apresentada pela Fenaban na negociação da quinta-feira 17 é pior que a do ano passado e esconde uma manobra dos bancos de reduzir a distribuição da PLR para aumentar seus lucros, que no primeiro semestre de 2009 atingiram R$ 19,3 bilhões, os maiores de todos os setores da economia. Entenda por que a proposta embute essa armadilha:
1. A PLR do ano passado foi de 90% do salário mais R$ 966, limitado a R$ 6.301. Se o total pago de PLR ficou menor que 5% do lucro líquido, o pagamento foi majorado até chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 13.862. Além disso, dependendo do crescimento do lucro líquido de 2007 a 2008, o bancário recebeu o valor adicional de até R$ 1.980.
2. A proposta da Fenaban para este ano é: a) pagamento de 1,5 salário até R$ 10 mil, limitado a 4% do lucro líquido do ano de 2009; b) mais parcela linear de 1,5% do lucro líquido, limitado a R$ 1.500 – com desconto do programa próprio do banco, onde houver.
Isso significa que os bancos querem pagar de PLR este ano no máximo 5,5% do seu lucro líquido, enquanto pela fórmula do ano passado o limite foi de 15% do lucro líquido. “Como se vê, o que os bancos estão propondo é reduzir a PLR para aumentar seus lucros à custa do trabalho dos bancários. Por isso a proposta é inaceitável e a categoria vai à greve a partir do dia 24 se a Fenaban não mudar”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Além disso, a proposta de PLR da Fenaban tem os seguintes problemas:
– Reduz o teto de distribuição de 2,2 salários para 1,5 salário;
– Diminui o limite de pagamento de R$ 13.862 para R$ 10.000;
– O valor adicional que no ano passado podia chegar até R$ 1.980, com a mudança para parcela linear pode atingir no máximo R$ 1.500.
– O valor adicional do ano passado ficou acima dos tetos e sem desconto dos programas próprios. Com a atual proposta, passa a haver o desconto.