Falhas na segurança facilitam primeiro assalto de 2010 ao BB em Mato Grosso

Inoperância do sensor da porta giratória, ausência de vidros blindados e baixo número de vigilantes facilitaram a ocorrência de mais um assalto a uma agência bancária de Mato Grosso. O Banco do Brasil de Canarana, a 822 quilômetros de Cuiabá, foi a primeira vítima desse ano.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro de Mato Grosso (SEEB-MT) se preocupa com a violência dessas ações criminosas e, principalmente, a fragilidade das unidades financeiras do Estado. Em 2009 houve 16 assaltos a bancos no Estado, aumento de cerca de 23% quando comparado a 2008.

O assalto ocorreu por volta das 14 horas de terça-feira (5). Fortemente armados os ladrões atiraram nas vidraças e renderam cerca de 30 reféns dentro da agência. Em seguida, os utilizaram como escudo humano. Após levar grande quantia de dinheiro do cofre, os criminosos fugiram em um veículo Corolla levando seis reféns. Na rota de fuga, eles liberaram os reféns e atearam fogo no veículo.

“A qualquer momento novos assaltos podem ocorrer, pois a lei que regulamenta a segurança bancáriaé antiga e precisa ser melhorada. As agências tem sérios problemas nos itens de segurança, muitas em Mato Grosso e em todo país não possuem itens mínimos de segurança. E enquanto isso, os bancários estão numa situação de total vulnerabilidade”, comenta o presidente do SEEB-MT, Arilson da Silva.

Há muitos anos, a categoria bancária solicita do legislativo estadual e municipal a criação de leis que obriguem os bancos a implantar vidros blindados nas agências, portas-giratórias na entrada, antes dos caixas de auto-atendimento, e aumentar o número de vigilantes. O Sindicato continuará insistindo na melhoria da segurança bancária no Estado.

O SEEB-MT entrou em contato com a presidente do Sindicato dos Bancários de Barra do Garças (que representa os bancários de Canarana), Nelcimar Coelho Freitas Guerra, para tomar conhecimento da situação dos trabalhadores e oferecer apoio. A dirigente sindical estava viajando, mas afirmou que as providências estão sendo tomadas para oferecer o suporte necessário aos trabalhadores lesados de alguma forma com a ação dos bandidos.

“Não estamos aqui para apontar culpados, somente queremos que algo seja efetivamente realizado para que solucione esse problema. É importante que haja uma ação em conjunto entre todas as esferas da polícia, seja ela militar, civil e federal. Os bancários não podem mais trabalhar com esse nível de insegurança, é uma situação de risco e estresse. Exigimos do poder público e dos bancos que algo seja feito”, argumenta Silva.

Polícia Federal

No final do ano passado, a Polícia Federal multou vários bancos em R$ 6,625 milhões por descumprirem a legislação de segurança (como trabalhar com plano de segurança vencido, ter número insuficiente de vigilantes e usar bancários para fazer transporte irregular de valores).

O campeão foi o HSBC com R$ 2,010 milhões, seguido pelo Santander com R$ 1,338 milhão, Itaú Unibanco com R$ 1,120 milhão e Caixa Econômica Federal com R$ 782 mil.

“É necessário que, além de multas, tenhamos outros mecanismos para obrigar os bancos a reforçarem a segurança de suas agências. Até porque, os principais afetados são os bancários, pois os valores roubados podem ser recuperados, mas a vida e as condições psicológicas do trabalhador não”, conclui Arilson.

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