Uma bancária da agência Borba Gato do Itaú, em São Paulo, vítima de assédio moral, foi demitida mesmo apresentando problemas de saúde. Na sexta-feira 2 e na terça-feira 6, o Sindicato dos Bancários de São Paulo organizou um ato em frente à agência, que teve as atividades paralisadas durante todo o expediente. A entidade promete realizar mais atos enquanto o banco não prestar esclarecimentos sobre a demissão.
“O banco precisa se explicar sobre esse caso. Foi por isso que paramos a agência, para cobrar um esclarecimento do banco e para que esse tipo de atitude não aconteça mais”, afirma o dirigente sindical Paulo Antonio da Silva.
A bancária vinha sofrendo problemas de saúde, como gastrite e enxaqueca e síndrome do pânico, o que motivou afastamentos para tratamento e a realização de exames. Um médico do próprio Itaú atestou à gerência que a funcionária teria dificuldades de atingir metas enquanto não solucionasse seus problemas de saúde.
Em uma conversa chamada para cobrar maior produtividade, o gerente, segundo a funcionária, teria respondido que se ela quisesse se tratar, que pedisse demissão e o fizesse. “Ele [o gerente] me ameaçou, dizendo que caso minha produção não melhorasse, nossa GRA poderia me transferir para uma agência muito distante da minha residência, para que eu pedisse demissão em função do desconforto”, afirmou a funcionária.
Segundo a diretora do Sindicato, Valeska Pincovai, casos como este têm sido constantes no Itaú. “Nas agências do Itaú o número de bancários que adoecem por conta da cobrança de metas vem crescendo diariamente, o principal responsável por esta cobrança é o programa AGIR que está massacrando os trabalhadores. Os funcionários não podem tirar férias, não almoçam, não têm horário para sair e são obrigados a vender o tempo todo para atingir 1000 pontos”, afirma.