Caixa foge da negociação, ajuíza dissídio no TST e bancários seguem em greve

Para fugir do processo de negociação que vinha ocorrendo entre a representação dos empregados e o banco, a direção da Caixa Econômica Federal mais uma vez apelou para a via judicial e ajuizou nesta quinta, dia 15 de outubro, dissídio coletivo no TST. Para o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, a atitude da atual direção da Caixa deixa claro a sua incompetência para apresentar uma proposta que atenda as revindicações dos empregados e demonstra o desespero da empresa diante de uma greve cada vez mais forte e que cresce a cada dia em todo o país.

A postura intransigente da Caixa, que resiste em apresentar uma proposta decente que atenda a reivindicação de uma PLR mais justa, isonomia e melhores condições de trabalho, lembra campanhas salariais anteriores quando o banco recorreu à Justiça para tentar solucionar o impasse que poderia muito bem ser resolvido pela via negocial.

O movimento sindical sempre foi contrário à interferência da justiça do trabalho nas negociações coletivas por entender que o processo de diálogo e negociação é o melhor caminho para resolver os conflitos. A história do nosso movimento mostra que quando uma campanha salarial vai para julgamento em dissídio, o resultado é imprevisível, já que pode desagradar a uma parte ou a outra ou a ambas.

Por isso, a solução negociada é sempre a melhor. Mas a Caixa preferiu não apresentar alternativas viáveis às reivindicações dos seus empregados e entregar sob a responsabilidade do Estado a solução de problemas que deveriam ser resolvidos entre patrões e empregados.

Só para refrescar a memória, é bom lembrar que os resultados de julgamentos de dissídios no TST são historicamente ruins para os trabalhadores.

Em 2004, por exemplo, a Contec auxiliada pela Conlutas, ajuizou dissídio nas campanhas da Caixa e do BB. O TST retirou a conquista da cesta-alimentação extra, mas concedeu abono. Os empregados desses bancos também tiveram descontados dias parados e as questões específicas permaneceram em risco até que foram garantidas em negociação com as direções desses bancos.

Para o presidente do Sindicato, Cardoso, a Caixa escolheu o pior caminho. “Além de jogar no lixo várias rodadas de negociação em que o debate foi franco e aberto, apesar das divergências, desrespeitou de forma covarde o que há de mais precioso numa negociação séria que é o diálogo. Ao ajuizar o dissídio, os dirigentes da Caixa assinaram o atestado de incompetência como negociadores que deveriam responsavelmente encontrar alternativas para o impasse. Do nosso lado sempre apostamos no diálogo como a melhor maneira para solucionar nossos conflitos. Infelizmente o dissídio foi ajuizado e não nos resta outra alternativa agora a não ser continuar a greve e enfrentar com dignidade e muita luta a situação”, ressaltou.

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