(Rio) Três ônibus, repletos de gerentes de agências do Banestes no interior do Espírito Santo, chegaram para a assembléia dos funcionários do banco, realizada no último domingo. A manobra foi uma tentativa do Banestes de derrubar o movimento grevista, provocando a vitória da proposta de encerramento da greve.
Mas o esforço não foi necessário. Pra evitar o desgaste, a diretoria do sindicato já havia deliberado a proposta de suspensão da greve, que foi aprovada por ampla maioria durante a assembléia. A categoria compareceu em peso – cerca de 500 pessoas – para decidir sobre os rumos do movimento. Os trabalhadores só não voltaram ao trabalho na semana passada como resposta à atitude do banco de convocar a polícia, fortemente armada, para forçar o funcionamento das agências. Fica, entretanto, mantido o estado de greve, e os bancários podem voltar a cruzar os braços caso as negociações continuem em impasse.
A semana passada foi marcada por arbitrariedades, abuso de poder e desrespeito à lei de greve. Uma ação de reintegração de posse do banco contra o sindicato impedia que os dirigentes entrassem nas dependências das agências para realizar suas atividades. Houve vários interditos proibitórios e até uma campanha na mídia – paga e “espontânea” – para incitar a população contra os funcionários do banco. O assédio moral durante a greve foi fortíssimo. Gestores telefonavam para os banestianos e alguns chegaram a ser apanhados em casa e conduzidos a seus locais de trabalho pela polícia.
Desconto
O Banestes feriu mais um artigo da CLT ao descontar dois dias de paralisação dos salários dos funcionários, ainda durante a greve. E, o pior: para prejudicar o sindicato, não descontou dos vencimentos dos bancários o valor da mensalidade dos associados.
Reivindicações
A proposta do sindicato já não é a original. Diante da intransigência do banco, os funcionários apresentaram uma contraproposta de reajuste de 6,5%, incidindo sobre todas as verbas salariais. Mas, como o banco se mostrou irredutível, querendo pagar apenas o acordado com a Fenaban, os bancários resolveram apresentar outro índice, para tentar arrancar da direção do banco um salário melhor e uma PLR mais justa.
A negociação de anistia aos dias parados também faz parte da mesa específica. Outras cláusulas tratam da equiparação do Adicional por Tempo de Serviço ao valor praticado pela Fenaban e incidência da gratificação semestral (25%) sobre todas as verbas salariais a partir de janeiro do ano que vem.
Fonte: Feeb RJ/ES