Instituições brasileiras ampliam operações de crédito na América Latina

Assis Moreira
Valor Econômico

Os bancos brasileiros estão ganhando importância nas operações de crédito em moeda local na América Latina e Caribe, ilustrando sua expansão recente na região, revela o Banco de Compensações Internacionais (BIS). O banco dos bancos centrais mostra que a exposição de instituições financeiras brasileiras na região alcançou US$ 25,9 bilhões, dos quais quase 60% são na forma de créditos locais fornecidos por suas subsidiárias.

A presença brasileira parece modesta, comparada aos US$ 423 bilhões de empréstimos locais fornecidos por subsidiárias de bancos espanhóis na América Latina – mas esse volume, por exemplo, é o estoque que vem de anos de operações, assim como os volumosos créditos por parte de filiais de bancos dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e do Canadá.

O que é marcante, no caso dos bancos brasileiros, é que seus empréstimos locais na América Latina passaram de quase zero em 2006 para US$ 8,4 bilhões em 2010 e quase dobraram para US$ 15,2 bilhões fim de 2012. Representações de bancos brasileiros forneceram US$ 9 bilhoes de créditos locais no Chile, US$ 4 bilhões na Argentina e US$ 2 bilhões no Paraguai.

Agora, as instituições nacionais estão entre os cinco principais sistemas bancários estrangeiros que mais fornecem crédito em moeda local em países da região e fora do Brasil. Isso é significativo ainda porque, segundo o BIS, não há outros bancos regionais com presença semelhante no crédito local em suas próprias regiões.

Dos créditos totais fornecidos por bancos estrangeiros para a América Latina, 40% são empréstimos internacionais e 60% são em moeda local por suas subsidiárias.

Na África e no Oriente Médio, são os bancos britânicos que concentram 60% do crédito local por estrangeiros. Na Europa do Leste, a situação é diferente, com bancos da Áustria fazendo 19% do total e bancos britânicos 36%.

Na América Latina, 55% do crédito local pela banca estrangeira vêm dos espanhóis. No Brasil, o crédito por bancos internacionais alcançou US$ 294,1 bilhões, e no México, US$ 262,8 bilhões.

A exposição total de bancos brasileiros no exterior subiu de US$ 88,7 bilhões para US$ 98,4 bilhões em um ano, até dezembro de 2012. Aumentou US$ 5 bilhões na Europa, totalizando US$ 27,7 bilhões em dezembro. E ficou estável em US$ 24,5 bilhões nos EUA.

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