Protesto contra programa de remuneração por alto desempenho (Prad)
A campanha por valorização dos funcionários do Itaú chegou ao CTO (Centro Tecnológico de Operações). As reivindicações dos cerca de 5 mil trabalhadores da concentração não são poucas.
O “programa da discórdia”, apelido dado pelos próprios bancários ao Prad (Programa de Remuneração por Alto Desempenho), é uma das maiores queixas e foi um dos destaques durante o protesto desta quarta-feira 24.
O diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Francisco César, o Cesinha, explica: “As regras não são justas e não contemplam todos. Cerca de 80% dos empregados são excluídos e nada recebem, mesmo tendo se dedicado o ano todo”.
Enquanto os funcionários do CTO chegavam ao local de trabalho, dirigentes sindicais falavam sobre os principais eixos da campanha. Os problemas do Prad atingem funcionários de todos os departamentos do banco.
Outro importante ponto destacado pelos durante o protesto é em relação ao sobreaviso dos analistas de sistema, obrigados a ficar à disposição pelo celular. “Já cobramos mudanças da direção do banco na reunião do dia 11 de abril. A Súmula 428 reconhece sobreaviso em escala com celular. No entanto, o Itaú insiste em não dar retorno sobre esse problema que atrapalha a vida dos trabalhadores”, ressalta Cesinha.
Centro de tecnologia
A apresentação do projeto de construção do polo de Mogi Mirim também está entre os eixos em debate na campanha de valorização lançada neste mês. O banco levará a Atec (área de tecnologia) para o município que fica a 151 quilômetros de São Paulo.
A Atec já está sendo implantada, com cerca 1,2 milhão de metros quadrados. A prefeitura chegou a cobrar contrapartidas em obras para a região. “O que está em jogo é a mudança na rotina de centenas de trabalhadores, que serão obrigados a se deslocar para outra cidade diariamente. Queremos acompanhar de perto toda essa transição e cobraremos o menor impacto possível na vida desses bancários. Para isso, o primeiro passo é que o banco apresente o projeto dessa área, o que continuamos cobrando”, ressalta o dirigente sindical.
Saúde em foco
Outra preocupação é com a saúde dos trabalhadores do CTO. Na mais recente reunião com a direção do banco o problema da falta de médicos no período noturno, horário em que trabalham 400 funcionários, foi assunto na pauta de discussão.
O banco informou que uma enfermeira estará à disposição e caso o atendimento seja de emergência será solicitada ambulância. No entanto, o Sindicato cobra a presença de um médico, além da ampliação do horário para fisioterapia.
Campanha nas agências
A campanha por valorização – cujo mote é “Esse cara sou eu” – continua nas agências. No dia 18, nove unidades foram paralisadas no centro. A cobrança da categoria é que o banco coloque fim nas metas dos caixas; contrate mais e não demita; altere o Agir para que todos sejam contemplados sem discriminação, com regras claras, simples e alcançáveis; além do fim do horário estendido.