(São Paulo) O crescimento econômico de 0,5% no terceiro trimestre de 2006 foi avaliado como decepcionante pelo próprio ministro da Fazenda Guido Mantega. Apesar disso, ele e o colega do Planejamento, Paulo Bernardo, acreditam que o país vai atingir a meta de 3,2% no ano. O índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) refere-se ao período de julho a setembro, comparado ao trimestre anterior.
Para o secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, o baixo desempenho é resultado de uma política econômica equivocada, que promoveu taxas de juro elevadas, deixou áreas prioritárias sem políticas de crédito e manteve um superávit primário excessivamente alto.
“Queremos uma política de crédito direcionado para gerar emprego e renda com juros mais baixos. O crescimento não se resolve apenas com boas intenções, mas com mudanças de fato”, defende. Cordeiro sustenta ainda que a participação da sociedade no Conselho Monetário Nacional (CMN) e a redução do spread bancário são medidas urgentes e necessárias para um crescimento maior com distribuição de renda.
Mantega aposta no aquecimento da economia no quarto trimestre, devido aos cortes da taxa Selic, reduzida a 13,25%. Sobre os juros, ele reconheceu que ainda são muito elevados ao afirmar que estão “se aproximando cada vez mais de patamares estimulantes para o crescimento e o investimento”. Mesmo que a economia cresça 3,2% como deseja o ministro, o percentual será ainda muito baixo comparado a outros países emergentes do mundo e da América Latina.
Fonte: Contraf CUT, com informações da Agência Brasil