A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) estuda implantar um dispositivo nos caixas eletrônicos para manchar as notas com tinta diante de qualquer tentativa de violação ou extravio do cofre dos equipamentos. O objetivo é inibir a ação de criminosos que descobriram nas máquinas de autoatendimento uma rentável fonte de furto de valores.
A Febraban informou que em 2010 registrou um prejuízo de R$ 60 milhões com esses crimes. Na região, pelo menos dez casos de arrombamentos a caixas eletrônicos com uso de explosivos já foram registrados.
A implantação do dispositivo, que já tem versão semelhante utilizada e zerou os crimes contra caixas eletrônicos e carros fortes em países da Europa, ainda depende da aprovação do BC (Banco Central) por envolver a troca de dinheiro manchado com tinta. O TodoDia apurou junto ao BC que o procedimento é considerado viável, mas que seria necessário discutir uma regulamentação específica para o uso do equipamento.
As discussões sobre equipamentos de segurança bancária que marcam as notas começaram em 2008. A aplicação inicial do dispositivo seria no transporte de valores – com o chamado malote inteligente. Bancários e vigilantes, no entanto, são contrários, pois esse procedimento fragiliza a segurança, aumenta os riscos e traz desemprego. Os trabalhadores defendem a manutenção dos carros-fortes.
CRIMES
Na região de Campinas, os ataques a caixas eletrônicos têm sido constantes. Na madrugada de anteontem, quatro equipamentos de uma agência bancária do Bradesco, em Holambra, foram explodidos por uma quadrilha. De acordo com a polícia, a quadrilha chegou a bloquear a rua e a render um grupo de pessoas que estavam nas proximidades do banco.
As investigações dos casos ocorridos na região estão centralizadas na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas, segundo a Polícia Militar de Holambra, devido à série de crimes semelhantes que têm sido registrados. Há a suspeita de que os crimes na região estejam relacionados e, supostamente, os explosivos utilizados possam ser os mesmos que foram roubados no ano passado em Jundiaí.
A Polícia Civil mantém imagens de suspeitos e já identificou pelo menos três quadrilhas que estão agindo na região. Em Campinas, dados da Polícia Militar apontam que nos dois primeiros meses do ano, apenas na área do 8º Batalhão, 36 chamadas de ataques a equipamentos de bancos foram registradas.
FORÇA-TAREFA
A preocupação com a quantidade de ataques mobilizou uma força-tarefa – formada pelas polícias Civil e Militar com o apoio da Febraban – que atua na prevenção e identificação de eventuais suspeitos. Nos trabalhos estão previstos distribuição de cartilhas para clientes dos bancos e discussão de estratégias para a PM identificar com mais rapidez supostas ações criminosas em andamento.