(Curitiba) O Sindicato dos Bancários de Curitiba entregou esta tarde (16) uma carta ao banco Itaú, em que demonstra a discordância com o processo de fechamento de agências no interior do Estado e requer a revisão e suspensão dessa medida. O Sindicato também exigiu maior transparência do banco e o advertiu de que não aceitará demissão de trabalhadores. Porém, durante a reunião com o departamento de Recursos Humanos – Regional Sul do Itaú, os representantes do banco admitiram a possibilidade de realizar demissões.
A categoria bancária foi representada por Marisa Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Roberto Von Der Osten, secretário regional da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec CUT/PR) e Márcio Kieller, diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empregados do banco Itaú.
Pela manhã, o Sindicato e a Fetec PR realizaram o Dia de Luta em Defesa dos Funcionários, Clientes e Usuários do Banco Itaú. A atividade também foi realizada em outras cidades do Estado.
Na última segunda (12), o banco anunciou o fechamento de outras 17 agências no Paraná até dia 23 de março. Desde janeiro, o Itaú tem se retirado de pequenas cidades do interior do Estado. Um total de 60 agências já foram fechadas.
O Sindicato dos Bancários alerta que a medida afeta 37 destas cidades, que não possuem nenhum outro atendimento bancário ou passarão a contar apenas com o atendimento precário de cooperativas de crédito ou correspondentes.
No Estado, dos 399 municípios, 28,82% não possuem nenhuma agência bancária (Ipardes/2006). “Lançamos um desafio ao governo federal para que empreenda uma política de ‘bancarização’ e autorize que a Caixa e o Banco do Brasil abram agências nestes 115 municípios, para que os cidadãos tenham amplo acesso a todos os serviços bancários disponíveis”, afirmou durante o ato, Marisa Stedile. E complementou: “Os usuários enfrentam dificuldades com a ausência de atendimento bancário tanto para operações simples, como para conseguir crédito e financiamentos”, concluiu.
“Os bancos tem que atentar para sua responsabilidade social junto aos municípios e não apenas para o lucro. As agências bancárias, públicas ou privadas, fomentam a economia das pequenas cidades. A retirada das agências ou o desinteresse em instalar unidades nestas cidades contribui para seu empobrecimento”, reafirmou Marisa Stedile.
Retirada das contas do Itaú
No entendimento do Sindicato, a ação do Itaú é uma retaliação ao governo do Estado que transferiu suas contas para bancos públicos. “Parece crônica da morte anunciada”, afirma Marisa Stedile, fazendo referência ao livro de Gabriel Garcia Márquez. “Os Sindicatos dos Bancários filiados à CUT de todo o Paraná denunciaram as prováveis conseqüências da privatização do Banestado: demissão de trabalhadores, precarização do atendimento, exclusão de clientes, fechamento de agências. Todas elas, uma a uma, infelizmente se confirmaram”.
Fonte: Kelen Vanzin e Patrícia Meyer – Seeb Curitiba