FOLHA DE SÃO PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), relator da medida provisória 443, garantiu ontem que vai manter em seu parecer a possibilidade de a Caixa Econômica federal criar uma empresa de investimentos e participações, a CaixaPar.
A afirmação do deputado foi feita após reunião com a bancada do PSDB, que é contrária a criação da nova empresa. Os tucanos argumentam que o BNDES já faz esse papel.
O relator discorda e diz que a CaixaPar será um “instrumento importante para o Estado brasileiro”. “Todos os bancos têm empresa de participação, por que a Caixa não? É um instrumento a mais para agregar em seu portfólio”, disse. “Esse item não é negociável”, completou.
Os deputados do PSDB alertaram ainda para a necessidade de o relator deixar claro na MP que a CaixaPar, caso aprovada, não poderá usar recursos ordinários do Tesouro Nacional, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
O texto original da medida não faz alusão a esta possibilidade, mas o relator disse que pode estudar a emenda tucana.
Ontem, o deputado João Paulo Cunha também conversou com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre a MP. Segundo o relator, Serra demonstrou sua “simpatia” com o artigo que permite ao Banco do Brasil e à Caixa comprarem outros bancos públicos sem licitação, o que facilitaria a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
Com a intenção de votar a medida na próxima terça-feira, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sugeriu ontem que o ministro Guido Mantega (Fazenda) compareça mais uma vez à Casa para negociar com os líderes parlamentares os ajustes finais no texto.
