Os funcionários das duas agências do Santander em Rondônia (ambas em Porto Velho) adiaram o atendimento ao público na manhã desta quarta-feira, 20/12. A iniciativa fez parte do Dia Nacional de Luta contra o desrespeito do banco espanhol com os trabalhadores, que nos últimos dias mostrou toda sua sanha em colocar em prática as regras da reforma trabalhista – que entrou em vigor no dia 11 de novembro – e demitiu aproximadamente 200 pais e mães de família em todo o território nacional.
Com o uso de carro de som, panfletos e faixas, os bancários levaram aos clientes, usuários e população em geral as recentes medidas tomadas pelo Santander, de forma unilateral, e que atacam diretamente os direitos de seus funcionários. Entre as medidas reprovadas pelos trabalhadores – e que foram 'empurradas goela abaixo' pelo banco – está a implantação de um sistema que força os trabalhadores a assinarem um Acordo Individual de Banco de Horas Semestral, que é inconstitucional e que não foi negociado com os representantes dos trabalhadores e que o banco se recusar a negociar.
Além disso o banco alterou a data de pagamento dos salários de dezembro do dia 20 para o dia 30, e o pagamento da segunda parcela do 13º Salário, pegando de surpresa os bancários, especialmente aqueles que contam com o dinheiro na conta – ou tem contas a pagar – exatamente no dia 20.
Isso sem mencionar os aumentos abusivos do plano de saúde, que tem gerado dificuldades para os funcionários quitar os custos desse plano.
"Para alguns esses pontos não seriam tão graves, mas isso é apenas a ponta do iceberg, pois sabemos que o Santander está colocando em prática a reforma trabalhista que só existe para retirar direitos. E todas essas iniciativas estão sendo implantadas pelo banco sem sequer haver alguma discussão com os sindicatos dos trabalhadores. Ou seja, o ano de 2017 ainda nem acabou e já estamos enfrentando a voracidade dos poderosos em querer reduzir ou extinguir todos os direitos de seus funcionários, e a previsão para o ano que vem é ainda pior, e por isso estamos aqui, informando não apenas os trabalhadores, mas toda a população, para que nossa luta não pare e que receba o apoio de todos", menciona Clemilson Farias, diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO) e funcionário do Santander.
Os dirigentes sindicais explicam que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos Bancários tem vigência até o dia 31 de agosto de 2018. Além disso no Santander há um Acordo Aditivo que dá outras garantias aos funcionários do banco.
"Mas está claro que o Santander está rasgando a Constituição e a Convenção Coletiva da categoria, desrespeitando o processo negocial e mais uma vez adotando uma postura autoritária e arbitrária, atacando direitos conquistados e mantidos durante anos e mais anos. A população precisa saber que o Santander explora seus trabalhadores e explora também a sociedade brasileira como um todo, já que todo o seu lucro vai para a sede do banco, na Espanha, e não fica nada aqui no Brasil. Mais uma prova de que o Santander, a exemplo de outros bancos, não se preocupa com os trabalhadores, com o povo ou com o desenvolvimento do país. O único propósito dos bancos sempre foi, é e sempre será o lucro próprio e nada mais", disparou Cleiton dos Santos, diretor de Formação Sindical do Seeb-RO e presidente da Fetec/CN.