(Cuiabá) A Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro começa a ganhar espaço em todo o país. Duas rodadas de negociação já aconteceram entre a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e até agora, os banqueiros não sinalizaram interesse em atender as reivindicações da categoria.
O Sindicato dos Bancários no Estado de Mato Grosso realizou nesta quinta-feira, o lançamento oficial da Campanha Nacional 2007, com o Dia Nacional de Luta, onde aconteceram mobilizações e paralisações pelo Brasil inteiro. O objetivo dos protestos é mostrar para os banqueiros que os empregados estão unidos e querem negociações sérias para que as demandas sejam atendidas.
Em Cuiabá, o ato público foi em frente ao banco Bradesco, no centro da capital, onde foram distribuídos pedaços de bolo, como forma de protestar a resistência dos banqueiros em dividir os lucros anualmente crescentes do setor.
“Nossa intenção principal com o ato desta quinta-feira é esclarecer à população sobre as nossas reivindicações, pois sempre que temos que partir para o extremo, que é a greve, os banqueiros tentam nos colocar na condição de vilões, que não se importam com a sociedade”, explica a secretária de Formação Sindical do Seeb/MT, Leoni Philippsen.
Para se ter uma idéia, somente no primeiro semestre deste ano, o Bradesco lucrou R$ 3, 132 bilhões e bateu novos recordes. O lucro registrado pelo banco de janeiro a junho deste ano é o terceiro maior dentre as companhias que divulgaram seus lucros na América Latina. Seus rendimentos só ficaram atrás dos lucros da Vale do Rio Doce e da empresa mexicana América Movil.
“Os banqueiros podem reduzir os juros e acabar com grande parte das tarifas cobradas de seus clientes. Além disso, os bancos também podem pagar melhores salários aos seus trabalhadores, sem sequer passarem por perto do que significa prejuízos”, comenta a diretora do Sindicato, Vania Schembek.
A categoria em todo o país questiona justamente essa ganância dos donos dos bancos, que não reconhecem o trabalho de seus funcionários que recebem um piso salarial médio de cerca de R$ 800 reais.
A próxima rodada de negociação será no dia 29 de agosto e, caso a Fenaban não comece a se mostrar flexível e séria com a categoria, a possibilidade de greve passa a ganhar força.
Fonte Seeb MT