Sindicato de Catanduva realiza ato sobre o dia de prevenção às LER/Dort

Más condições de trabalho, extrapolação da jornada, mobiliário inadequado, pressão por metas. Esses são alguns dos problemas apontados como causas para o adoecimento dos bancários. Nesta sexta-feira, 27, véspera do Dia Internacional de Prevenção às LER/Dort (28/fevereiro), diretores do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região realizou debate junto aos bancários para conscientizar os trabalhadores de seus direitos.

O material informativo distribuído tem por fim mostrar aos bancários os perigos das Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort) e a importância da prevenção.

“Existe uma legislação que protege os trabalhadores e garante afastamento para tratamento e a reabilitação quando necessária”, ressalta Júlio César E. Mathias, diretor de Saúde do Sindicato. “As manifestações promovidas nas agências hoje servem para intensificar a divulgação desses direitos, mas a Secretaria de Saúde do Sindicato dos bancários de Catanduva está sempre aberta para receber e orientar os bancários. Nossa luta pela saúde dos trabalhadores é permanente”, completa Júlio Mathias.

Sobre LER/DORT

Apesar de serem conhecidas há mais de 100 anos, essas doenças são cada vez mais frequentes em função do advento dos equipamentos de informática e suas utilizações inadequadas, como postura errada, estresse e, sobretudo, o trabalho excessivo.

A sigla ‘LER’ significa Lesão por Esforço Repetitivo; já ‘DORT’ traz as iniciais de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Estão inseridas nestas categorias as doenças que atingem músculos, tendões, principalmente dos dedos, mas também das mãos, punhos, antebraços, braços e pescoço. São inflamações que ocorrem basicamente por sobrecarga de trabalho, ambiente de trabalho desconfortável (muito seco, muito frio, muito quente, pouco iluminado, barulhento, apertado etc.) e por movimentos manuais repetitivos, continuados, rápidos ou vigorosos, durante um longo período de tempo.

Mas não é só isso. O ambiente de trabalho também é, comprovadamente, um causador deste tipo de doença. Estudos apontam que o ritmo intenso de trabalho, a pressão implícita ou explícita para manter este ritmo, as metas estabelecidas sem a participação dos trabalhadores e impossíveis de ser cumpridas, o incentivo à maior produtividade por meio de diferenciação salarial e prêmios, induzindo as pessoas a ultrapassar seus limites, a pressão e o autoritarismo também favorecem o aparecimento de Ler/Dort.

Risco máximo nos bancos

Quando o assunto é adoecer trabalhadores, os bancos são grandes campeões. Estudo divulgado pelo INSS mostra que as instituições financeiras afastam muitos trabalhadores, o fazem com grande gravidade. A alta gravidade dos afastamentos nos bancos pode ser comprovada pela quantidade média de dias de licença: 442, contra uma média nacional de 269 dias.

Busque ajuda e exija seus direitos

Em caso de diagnóstico positivo de Ler/Dort, busque tratamento médico adequado e fique atento aos seus direitos trabalhistas e previdenciários. Não tente esconder de si mesmo a sua doença. Você tem direitos garantidos pela legislação brasileira, que ampara as vítimas de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. Se um médico concluir que a sua saúde está comprometida e indicar um período de afastamento do trabalho, os bancos são, por lei, obrigados a acatar esta decisão. De acordo com a nova legislação previdenciária, um trabalhador de banco com diagnóstico comprovado de Ler/Dort terá o reconhecimento imediato do seu acidente de trabalho. O auxílio-doença acidentário, além de conceder o benefício ao segurado, garante estabilidade de 12 meses após o retorno ao trabalho e a continuidade do depósito de seu FGTS.

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