Praça do Cebolão foi palco de manifestação dos bancários
Mais uma vez, movimentos sociais e trabalhadores se uniram em um ato na Praça do Cebolão (SBS), próximo ao Sede I do Banco do Brasil, em Defesa dos Serviços Públicos e das Empresas Estatais do país. A mobilização ocorreu nesta segunda-feira (20), em resposta às ameaças de privatização que surgiram na campanha eleitoral.
Outro ato pelo fortalecimento das empresas estatais foi protagonizado pelos empregados da Caixa Econômica Federal e pela sociedade civil na última quinta-feira (16), em frente ao prédio do Matriz I, em Brasília.
O secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Wadson Boaventura, falou da importância do ato. “Somos defensores dos bancos e empresas públicas do nosso Brasil. Não podemos deixar que eles sejam privatizados. A história já nos mostrou o quanto os bancos públicos foram fundamentais para segurar a economia do país num momento de crise econômica mundial”, diz.
O diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil, Jeferson Meira, convidou os trabalhadores a refletirem sobre o país da atualidade e a lembrarem de todo o cerceamento que os trabalhadores sofreram na década de 90, período do governo FHC (PSDB). “Precisamos chamar nossos companheiros a pensarem sobre a nossa história de sofrimento no passado em comparação com os avanços do presente. É fácil ver os que estão ao lado do povo”, afirma.
“Em 1998, acabaram com o Plano de Carreira dos funcionários do BB e da Caixa e até hoje lutamos pela isonomia entre os bancários para resolver essas feridas deixadas pelo governo FHC. Hoje o país está diferente, a fome que afligia muitos acabou e um filho de trabalhadores tem acesso à universidade. Não podemos deixar que o retrocesso volte”, destacou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que é empregada da Caixa e ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Brasília.
A diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Mirian Fochi, completou. “Nós, bancários, ficamos oito anos sem reajuste salarial, com congelamento de salários. Além disso, vivemos um pesadelo psicológico de ameaças de demissão por ato de gestão. Queriam nos impedir de, até mesmo, de discordar do governo. Definitivamente, esse não é o país que queremos. Não podemos retroceder”.
Neoliberalismo massacrou bancários
O secretário de Formação da Contraf-CUT e diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi, William Mendes, relembrou as “duras pancadas” que os bancários sofreram entre 1995 e 1999. Nesse período, os funcionários do Banco do Brasil passaram de 120 mil para 70 mil, com a implantação de um Plano de Demissão Voluntária (PDV). “A partir de 2002, a categoria começou a se recompor. Passou de 390 mil em 1995 para aproximadamente 500 mil na atualidade”, frisa William Mendes.
“Sabemos que, independentemente de quem vença essas eleições, será só com muita luta que os avanços ocorrerão, já que uma bancada conservadora e com muitos patrões conseguiu se eleger para o parlamento. Diante disso, devemos frear um possível ataque feroz aos trabalhadores. Devemos escolher se lutaremos para não deixarem roubar nossos direitos ou se continuaremos a seguir por avanços”, frisa o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Luta contra a mídia
A página Manchetômetro (manchetometro.com.br) realizou levantamento das notícias positivas e negativas aos candidatos nestas eleições. O resultado revela muito sobre a imparcialidade do jornalismo brasileiro. Dentre os três principais jornais impressos do país, as chamadas de capa positivas para Dilma foram quatro. Para Aécio Neves, 32. Já as negativas, foram 176 para Dilma e 31 para Aécio.
O secretário de Organização e Política Nacional da CUT Nacional, Jacy Afonso, lembrou dessa disparidade de tratamento entre os candidatos à presidência durante a atividade. “Entregamos durante o evento o jornal Brasil de Fato, que mostra as notícias na perspectiva dos trabalhadores, já que na grande mídia há uma disparidade de tratamento gritante, basta olhar os dados da pesquisa (página Manchetômetro)”, comenta.