Minuto de silêncio em memória do gerente morto do Santander no RS

Em encontro estadual realizado na última sexta-feira (17), na sede da Fetrafi-RS, em Porto Alegre, os dirigentes sindicais do Santander no Rio Grande do Sul fizeram um minuto de silêncio em memória do gerente geral da agência Santa Rosa, Antônio Ricardo Terra Fabrício, de 49 anos. Ele morreu na madrugada de terça-feira (14) após ter sofrido um infarto do miocárdio em sua residência. Tinha 28 anos de banco e deixou esposa e uma filha.

O trabalhador tinha marcado para a manhã de quarta-feira (15) uma reunião no Sindicato dos Bancários de Santa Rosa, pois se sentia pressionado, tinha medo de ser demitido e já estava próximo de sua aposentadoria. Não conseguiu comparecer!

Para o Sindicato, “o Santander está matando os seus funcionários”.

A diretora do Sindicato, Letícia Raddatz, que participou do encontro, contou que o gerente estava muito estressado, segundo informações da família, diante da pressão que sofria no trabalho por conta das cobranças que recebia para atingimento das metas do banco. “Durante o atendimento médico, ele ainda teve forças para pedir aos familiares que eles processassem o banco, caso ele viesse a falecer”, contou a dirigente sindical.

Com o minuto de silêncio, os gaúchos repetiram a reverência feita no dia anterior pelos integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, durante reunião ocorrida na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, a partir da sugestão do diretor do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte e representante da Fetrafi-RS, Bino Köhler.

“O Santander passou dos limites, na medida em que não para de dispensar funcionários e cortar empregos, aumentando a sobrecarga de trabalho e a pressão pelo cumprimento das metas. Vários colegas estão usando remédios de tarja preta, outros estão licenciados para tratamento de saúde e muitos não se afastam por medo de serem demitidos. Agora um gerente geral de agência sofreu um infarto e morreu”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, que também participou do encontro. “Precisamos evitar novas tragédias”, apela o dirigente sindical.

“Esse modelo de gestão do banco faz mal para os funcionários. Também não serve para os clientes, pois não é à toa que pelo terceiro mês consecutivo o Santander ficou em primeiro lugar em abril no ranking de reclamações no Banco Central”, salienta o diretor da Contraf-CUT.

Além de prestar solidariedade aos familiares do gerente morto, os dirigentes sindicais decidiram levar ao Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, a ser realizado nos próximos dias 4 e 5 de junho, em São Paulo, a necessidade de negociar com o banco o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, plano de cargos e salários (PCS), manutenção do plano de saúde na aposentadoria, eleições democráticas no SantanderPrevi e fim das práticas antissindicais, dentre outras propostas.

“Queremos que o Santander respeite os funcionários, os aposentados, o movimento sindical, o Brasil e os brasileiros”, reitera Ademir. “A vida das pessoas tem que estar em primeiro lugar”, conclui.

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