Niterói e região têm 100% de adesão no primeiro dia de greve dos bancários

A greve dos bancários começou nesta terça-feira (06/09) com adesão de 100% da categoria em Niterói e região. Nos 16 municípios representados pelo Sindicato dos Bancários de Niterói e região todas as 241 agências foram paralisadas, sendo 93 em Niterói, 43 em São Gonçalo e 15 em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Cerca de 4.300 profissionais atuam na região. A categoria reivindica a reposição da inflação (9,57%) mais 5% de ganho real, além de um valor maior na Participação de Lucros e Resultados (PLR). Atendimentos aos aposentados não foram prejudicados. Os usuários também puderam utilizar os demais canais disponibilizados pelos bancos. Os trabalhadores rejeitaram a proposta dos bancos de 6,5% de reajuste mais um abono salarial de R$ 3 mil em assembleia realizada em 01/09 que também decretou o início da greve. A proposta dos bancos representa uma perda de 2,8% no poder de compra do bancário.

A proposta Fenaban foi apresentada no dia 29/08 na quarta rodada de negociação entre a categoria e os banqueiros. O reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano.

“Greve mais uma vez iniciada forte em toda região. Toda a direção do Sindicato está mobilizada junto aos bancários para que possamos alcançar nossos objetivos e também orientar melhor a população sobre o que estamos reivindicando. Este também é o momento para denunciarmos as inúmeras demissões praticadas pelos bancos e as condições de trabalho que afetam a saúde dos bancários como a pressão por metas. Banqueiro só visa o lucro e o bancário é o grande responsável por esse lucro com sua mão de obra. Portanto, merece ser valorizado”, afirma Luis Cláudio de Souza Caju, presidente do Sindicato.

Entre as reivindicações dos bancários estão a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros. 

Os municípios que compõem a base territorial abrangida pelo Sindicato dos Bancários de Niterói são: Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Tanguá, Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, São Pedro d'Aldeia, Cabo Frio, Armação de Búzios e Rio das Ostras.

Principais reivindicações dos bancários

– Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.

– PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

– Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

– Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

– Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

– 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

– Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

– Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

– Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

– Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

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