O Congresso Extraordinário da Contraf-CUT cumpriu seu objetivo e aprovou um plano de lutas da categoria bancária, nesta sexta-feira (10), em São Paulo. O plano prevê articular as bases dos sindicatos e federações, em conjunto com os movimentos sociais e os setores democráticos da sociedade, em defesa dos direitos fundamentais da classe trabalhadora, em defesa dos direitos dos trabalhadores do ramo financeiro e contra as reformas promovidas pelo governo ilegítimo de Michel Temer. O congresso, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, contou com a participação de 338 delegados (as), 112 mulheres e 226 homens.
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“A direção nacional da Contraf-CUT convocou um Congresso Extraordinário pressionada pela conjuntura brasileira, que mudou muito do ano passado, para este ano. Com o golpe, que retirou a presidenta Dilma, a sociedade brasileira e os trabalhadores perceberam, rapidamente, que este golpe foi orquestrado, encomendado pelas elites empresariais brasileiras, justamente, para atacar os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”, explicou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
Roberto von der Osten afirmou que a reforma da previdência, a reforma trabalhista, a privatização que está em curso, de empresas públicas, do sistema financeiro, nada disso estaria acontecendo se não tivesse ocorrido um golpe. “O golpe foi encomendado para retirar direitos. Percebendo isso, a partir de agosto, quando o vice-presidente golpista, Michel Temer, construiu com seus parceiros o golpe, começamos a ver que era preciso nos reunir novamente num congresso. No final do ano, a Direção Nacional da Contraf-CUT apontou a construção do Congresso Extraordinário. ”
O presidente ainda completou. “Convidamos pessoas importantes para o Congresso, trouxemos gente da academia, dirigentes de movimento sindical, movimentos sociais, de muita importância e inteligência, para nos ajudar a refletir. Neste plenário falamos com delegados e delegadas do Brasil todo, com todos os sotaques do país, e ouvimos as pessoas, propusemos e construímos um plano de lutas muito bom, que vai ajudar nossas federações e sindicatos filiados a se organizarem, com unidade e mobilização, para barrar a tentativa de retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Nós construímos hoje aqui a resistência e quem resiste conquista!”
De acordo com Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT, o Congresso foi muito importante para estabelecer as ações da categoria bancária diante de uma conjuntura tão desfavorável aos trabalhadores.
“Debatemos como fazer uma luta forte para combater os ataques que vem do governo Temer, do Congresso Nacional e do judiciário. Definimos como vamos para as ruas convencer a população que é preciso pressionar os deputados e mobilizar os bancários para impedir que essas reformas sejam aprovadas.”
Juvandia reforçou que a luta é por nenhum direito a menos e que une toda a classe trabalhadora. “A categoria bancária tem consciência disso, quando a gente chama para a batalha os bancários e bancárias comparecem, têm papel importantíssimo. Não é uma luta só de São Paulo, só do Rio de Janeiro, ou só de Belo Horizonte, para fazer desarticuladamente, é de todos, unindo os bancários a outras categorias, assim ficamos mais fortes para impedir as reformas que retiram nossos direitos.”
Fora Temer
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro reafirma a sua posição por “Fora Temer” e contra o golpe. Reafirma também que é preciso dar a palavra e a escolha do programa de governo ao povo brasileiro em eleições diretas e imediatas para presidente. Diante da crise institucional profunda e do descaso do Judiciário e do Legislativo com o golpe contra a soberania nacional, diante dos ataques que estão sendo feitos aos direitos sociais e trabalhistas, a Confederação aponta como alternativa uma Constituinte que restabeleça a democracia no país e abra a via para as reformas populares necessárias.
Principais pontos do Plano de Lutas:
Dia Nacional de Paralisação – 15 de março- NENHUM DIREITO A MENOS! FORA TEMER!
A CONTRAF, seguindo a orientação da CUT, indica que suas federações e sindicatos filiados participem fortemente das paralisações em todo o Brasil, com defesa também dos bancos públicos.
1º de maio – Dia Internacional do Trabalhador – NENHUM DIREITO A MENOS! FORA TEMER!
As mobilizações terão como eixos as lutas contra as reformas da previdência e trabalhista e em defesa do emprego.
Organização e mobilização das federações e dos sindicatos filiados em quatro eixos de resistência:
– Contra a Reforma da Previdência;
– Contra a Reforma Trabalhista;
– Em defesa dos bancos públicos;
– Em defesa dos empregos frente à reestruturação e a digitalização.