(São Paulo) A mudança de estratégia de negociação, com mais discussões em cada tema, gerou alteração também na postura da Fenaban. “O novo formato proposto pelo Comando Nacional propiciou que se aprofundasse o debate, que os negociadores levassem as discussões para os bancos e se comprometessem a dar respostas concretas”, diz Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT. “Sabemos que as conquistas só vêm com mobilização de todos os bancários, mas estamos avançando no entendimento de cada ponto e num processo diferente, com possibilidade de mais ganhos para os trabalhadores”, analisa.
Nos dois primeiros dias de negociações efetivas, alguns pontos avançaram, em outros há necessidade de discutir a redação de cláusulas para resolver pendências, mas há perspectiva de avanços. “Deixamos claro que a mudança do processo negocial tem de levar a resultados concretos para os bancários”, diz Vagner.
Veja a seguir o resultado de cada ponto das negociações desta sexta-feira:
Auxílio educacional – Os bancos insistem que esse não é assunto para constar em Convenção Coletiva Nacional (CCT), que deve ser uma política banco a banco. O Comando Nacional dos Bancários insistiu que essa é uma política que já vem sendo adotada por várias empresas e que deve constar na CCT. O debate será retomado nas discussões sobre remuneração total.
13ª cesta-alimentação – Pela primeira vez não descartaram logo no início da negociação. A negociação será retomada quando se discutir remuneração total no próximo dia 5.
Abrangência (CCT para todos os trabalhadores do sistema financeiro) – Aceitaram debater, com a ressalva de que não podem negociar sem mandato das financeiras e outras empresas. Pela primeira vez admitiram que é inevitável “um dia fazer acordo para todo o ramo financeiro”.
Segurança Bancária – Foram apresentados três temas: obrigatoriedade de instalação de porta de segurança, emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) em caso de assaltos e seqüestros, não transporte de numerários por bancários. Os representantes dos bancos disseram não ter autorização para debater questões técnicas e ficaram de levar as propostas para os bancos.
Isenção de tarifas para funcionários – Afirmam que é diferente do auxílio educacional, que esta é uma cláusula coletiva, mas que deve ser tratada banco a banco. Foi requisitado que a Fenaban oriente os bancos a abrirem então essas negociações.
Previdência Complementar – Não houve avanços.
Delegado Sindical – Não houve avanço
Veja aqui os resultados das negociações de quinta-feira. Na próxima reunião, em 5 de setembro, o tema debatido será Remuneração total e as cláusulas relativas à manutenção do emprego.