BB: Desembargador pede vistas e adia decisÆo sobre a‡Æo bilion ria

(Rio) Uma ação dos funcionários do BB que já tem quase 20 anos poderia ter sido encerrada em julgamento que aconteceu no TRT do Rio de Janeiro na tarde da última quinta-feira, mas os empregados do banco ainda vão ter que esperar. A votação dos desembargadores estava empatada em 6 x 6 quando o desembargador Flávio Ernesto Rodrigues Silva declarou que não tinha conhecimento suficiente para apresentar o seu voto e pediu vistas do processo, adiando a decisão final. A data para a próxima sessão não foi definida.

 

O processo reúne quase 11 mil bancários da capital do estado que reivindicam ao banco o cumprimento de um acordo de equiparação salarial com os empregados do Banco Central que foi assinado entre o movimento sindical e o então presidente do BB, Camilo Calazans. A proposta de equiparar os vencimentos do funcionalismo dos dois bancos havia partido do próprio Calazans durante as negociações salariais de 1987 e foi prontamente aceita pelo movimento sindical bancário. Ainda dentro do prazo de vigência do acordo, os empregados do Bacen receberam um aumento significativo e os funcionários do BB procuraram o presidente do banco, que concordou em conceder nova equiparação. Mas Calazans foi demitido pelo então Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, e o acordo não foi cumprido.

 

Só na justiça

Os protestos se espalharam pelo país e chegou a haver uma greve nacional no BB, que durou 22 dias. Os bancários ainda tentaram um acordo negociado durante 1 ano e 11 meses mas, diante da negativa do banco, sindicatos de todo o país entraram com processos na justiça trabalhista. O processo do Sindicato do Rio foi aberto em 1989 e reunia inicialmente quase 12 mil empregados, mas, depois de tanto tempo, muitos já faleceram. “O banco está fazendo de tudo para protelar o fim da ação”, entende Beto Dias, da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil.

 

O processo é difícil. Depois da sessão, a advogada Rita Cortez, que representa o Seeb-Rio, explicou a situação para os bancários que estavam reunidos em frente ao prédio do TRT. Ela informou que a votação apertada foi uma surpresa, que alguns dos desembargadores que se esperava que votassem a favor, votaram contra os funcionários. Recentemente, o Sindicato do Rio chamou reforços: o advogado Victor Russomano, que já foi ministro do TST e representou o sindicato de Brasília numa ação idêntica, conquistando a vitória para os bancários.

 

Mobilização

Enquanto os desembargadores debatiam o processo, bancários do BB e seus familiares aguardavam o resultado na rua, em frente ao prédio do TRT, vestidos de branco. Diretores do Sindicato do Rio mantinham a mobilização, com carro de som e falação e dando as informações do andamento do julgamento. A próxima votação ainda não tem data marcada, mas já está combinado: os funcionários do banco e suas famílias voltarão a se reunir em frente à sede do Tribunal, trajando roupas brancas.

 

“Esta é uma ação difícil e polêmica, mas o Sindicato e as associações de funcionários e de aposentados do BB estão trabalhando juntos. Esta unidade está nos levando a superar as adversidades. Agora é aguardar o último voto para definir o caminho que vamos seguir”, declarou Vinícius de Assumpção, presidente do Sindicato do Rio.

 

Fonte: Feeb RJ/ES

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